A HIERARQUIA EM UMBANDA

Uniformização de Ritual



É impossível dar ao leitor informações mais ou menos precisas a respeito do ritualismo umbandista. "Temos visitado inúmeros terreiros no Brasil — escreve Emanuel Zespo e não encontramos a uniformização de ritual tão desejada por alguns. Verificamos que cada terreiro, cada centro, segue, no geral, a orientação dada pelos seus próprios guias e caciques" (Codificação da Lei de Umbanda, Parte Prática, Rio 1953, p. 44). Apenas para a orientação dos leitores, daremos no final, em apêndice, um exemplo do ritual umbandista.

A extrema complexidade dos ritos para a evocação mágica dos orixás, exus e êguns, ou para outros "trabalhos espirituais de caridade", reclama numeroso pessoal, suficientemente instruído e habilitado. Para conseguirmos a necessária orientação sobre Umbanda, é conveniente tomar conhecimento dos nomes (pois em Umbanda se usa uma terminologia particular) e das atribuições dos vários graus da hierarquia umbandista:

1) O chefe principal, ou o chamado chefe do terreiro, é denominado geralmente "Pai de Santo" (tradução literal de babalorixá: baba=pai, orixá—santo) ou babaiaô, babaloxá, babaluê, ou ainda: cacique, príncipe de Umbanda, senhor de Olorum, chefe de rebanho; quando for mulher, é "Mãe de Santo", ou simplesmente babá. O Catecismo de Umbanda, Rio, p. 69 s, resume as funções de babalorixá nos seguintes pontos:

1) Incorporar o espírito do Dono do terreiro, isto é, do espírito sob cuja proteção se fazem os trabalhos do terreiro, constantemente;

2) Identificar os espíritos que se manifestam;

3) Executar todas as práticas mágicas necessárias à consagração dos otás, isto é, das imagens dos orixás que baixam no terreiro; .

4) Riscar o ponto, no início de trabalhos;

5) Explicar a doutrina, fazendo prédicas, em sessões que sejam dedicadas a trabalhos de demanda;

6) Dar passes, nas sessões de caridade;

7) Diagnosticar as doenças, empregando as ervas no seu tratamento;

8) Evitar disputas, brigas e inimizades entre os sócios de um terreiro;

9) Fiscalizar os trabalhos dos médiuns e dos auxiliares do terreiro;

10) Conhecer a arte de adivinhação por meio dos búzios, saber cartomancia e leitura das mãos.

2) A seguir vem os ogans, homens que auxiliam diretamente o babalaô, tratam do cerimonial, dirigem os trabalhos de incorporação dos médiuns, entoam os pontos cantados e zelam pela perfeita ordem do terreiro; conhecem a força das ervas, os segredos e os efeitos dos pontos riscados, a comida dos Santos e sabem manejar a faca para sacrificar os animais (Doutrina e Ritual de Umbanda, Rio 1951, p. 100). Quando mulheres, tem o nome de jabonan, jibonan ou "Mãe pequena", que são encarregadas também de dirigir as danças e devem ocupar-se com as mulheres.

3) Vem então os cambones, cambonos ou cambandos e as sambas. Todos são "Filhos ou Filhas de Santo". São auxiliares, competindo-lhes abrir o terreiro, receber qualquer babaiaô, enxugar o rosto dos médiuns, evitar que se machuquem, socorrê-los quando em transe, ajudar nas danças e cantar para as grandes cerimônias. Os cambones prestam assistência aos homens, às sambas às mulheres.

4) Seguem, afinal, os médiuns, julgados em condições de incorporar ou receber os Orixás Menores. Na Umbanda esses médiuns, quando incorporados, são chamados também cavalos, aparelhos, moleques, etc. A respeito da expressão cavalo, o Sr. Samuel Ponze, Lições de Umbanda, Rio 1954, p. 21, tem a seguinte explicação: "CavaIo é uma expressão aparentemente brutal, porém bem judiciosa. O médium é realmente o cavalo de que se serve o cavaleiro (o guia, espirito ou orixá) para percorrer o caminho dessa nova espécie de apostolado: ensinar aos filhos de Umbanda a vereda da luz. Todo o cavalo, depois de domado, tem o seu cavaleiro; assim todo o cavalo de Umbanda, depois de desenvolvido, tem seu guia, seu cavaleiro de Aruanda".

Muito embora não haja ainda, como vimos, unidade no rito, ele obedece, contudo a certas regras, que o Catecismo de Umbanda, Rio 1954, p. 39 s. resumiu nos seguintes traços:

"Numa sessão pública, a assistência fica separada do terreiro, por uma grade com duas entradas, uma para entrada, outra para saída. Os médiuns do sexo masculino dispõem-se numa fila, os do sexo feminino, em outra fila. Todos os médiuns vestidos de branco, descalços, no caso do terreiro ser assoalhado, ou calçados com sapatos de Iona. Os cambonos, vestidos de branco e com sapatos de Iona, defumam o ambiente. O presidente faz a prece de abertura. 

O chefe do terreiro, enquanto se cantam os pontos, risca o ponto de segurança ou porteira (contra os exus), derramando depois marafo (cachaça) nos quatro cantos do terreiro, do lado de fora. O chefe do terreiro volta ao centro do terreiro, iniciando-se então o canto dos pontos das falanges ou Linhas que tem de baixar. 

Incorporados os guias (espíritos), o público é atendido para os passes de descarga, resposta às consultas, conselhos, etc. O encerramento das sessões públicas é feito com o canto dos pontos de despedida dos espíritos, prece final dita pelo presidente".

INSTRUMENTOS DA MAGIA UMBANDISTA

Esta em uso uma infinita variedade de instrumentos na Umbanda, para a prática da Magia: Vestimentas as mais variadas, tambores, chocalhos, pembas de todas as cores, ponteiros (punhais de aço), coités (invólucro de coco babaçu, cortado ao meio e polido), moringues de barro, velas de cera, fitas de seda, barbante (linha crua), otás (pedras dos rios ou seixos rolados), conchas marinhas, estrelas do mar, defumadores de todas as espécies, bodoques, flechas, capacetes de penas (cocares), guias (colares de contas), plantas e raízes, charutos e cachimbos, fumo de rolo, pombos pretos, galos vermelhos ou pretos, sangue de boi, farofa de farinha de mandioca, bebidas, cervejas, varias espécies de vinhos, marafa (cachaga), azeite de dendê, mel de abelha, pólvora, carvão, enxofre em pedra ou pó, perfumes e essências, etc. Existem casas, especialistas em vender ''ervas medicinais, defumadores, raízes, rasuras, resinas, cascas, folhas, flores, frutas, óleos, sucos, etc.", onde se podem comprar ídolos, símbolos de Santos, punhais para riscar os pontos, pembas em diversas cores, orações fortes e toda a sorte de defumadores. 

Assim, por exemplo, lemos num jornal de hoje mesmo (22-8-1954), do Rio, O Dia, p. 11, um anúncio da "Casa de Umbanda", que vende "Estatuetas de caboclos, Índios e pretos velhos; ferramentas e material para terreiro; imagens e artigos religiosos; artigos da Baia, bonecos e colares; livros especializados; artigos indígenas, velas e artigos de cera; especialidades para as cerimonias de Umbanda; depósito do defumador Caboclo; fantasias, cerâmica, artigos de barro e variedades; defumadores em todas as qualidades". 

A casa está no Largo da Lapa. Na mesma página deste jornal damos com outro anuncio que apregoa o Defumador Sete Flechas: "Seja mais um entre os milhares de consumidores preferindo a proteção do Sete Flechas de Umbanda para seu progresso e proteção. 

O Defumador Sete Flechas é usado e recomendado pela Confederação Espírita de Umbanda". 

Em outro jornal lemos o anúncio do Sabonete de Defesa Pai Jacó, que "foi depois de longos estudos na prática e nos trabalhos espirituais, selecionado com o extrato de 9 espécies de ervas atrativas: Arruda, Guine, Alecrim, Fumo, Comigo-ninguém-pode, Abre-caminho, Desmancha-tudo, Palma benta e Bem-com-Deus. 

Este sabonete foi lançado ao público, com o fim de substituir os banhos de plantas tão antiquados e incômodos de preparar; pois era necessário ferver as plantas e depois de haverem tomado o banho precisavam jogar as ervas utilizadas em água corrente, fato este que nem todos poderiam fazer".

Demos a palavra aos umbandistas, para que nos elucidam a razão de ser de alguns destes instrumentos de magia, a fim de podermos conhecer melhor sua mentalidade e suas curiosas práticas, algumas das quais já muito difundidas até mesmo nos meios que se dizem católicos.

1) O defumador ocupa lugar de destaque no ritualismo umbandista. O Catecismo de Umbanda, Rio 1954, p. 43, entende assim sua finalidade: "O defumador serve para dois fins. O primeiro é que a essência do defumador, desfazendo-se no ambiente, isto é, misturando-se com o éter atmosférico, vai ser sentida pelos espíritos. A outra utilidade do defumador é que o seu perfume desperta alguns centros nervosos dos médiuns, fazendo esses centros vibrarem de acordo com as irradiações fluídicas do Protetor". 

Lourenço Braga ainda conhece uma terceira finalidade: "Admite-se o defumador pelo aroma que desprendem as ervas químicas, cujo cheiro exerce grande ação sobre os sentidos das pessoas" (Umbanda e Quimbanda, 8ª ed. p. 31). Os charutos e o cachimbo, produzindo fumaça, tem o mesmo efeito (cf. E. Zespo, O que é a Umbanda, p. 62). O Sr. Oliveira Magno, em Prática de Umbanda, Rio 1952, nas páginas 21 até 42, apregoa neste sentido numerosas fórmulas ou receitas: Defumador de descarga de casas e de pessoas presentes, Defumador de descarga Agum-Mege, Defumador de descarga Caboclo, Defumador para atrair prosperidade, Defumador de Cosme e Damião, Defumador para atrair prosperidade para casas comerciais, Defumador para descarregar uma pessoa, Defumador Santa Luzia, Defumador de lixo do mar, etc. Para amostra segue a fórmula "de descarga de casas e de pessoas presentes'':

Aloés, escama de peixe, fígado de peixe seco. A defumação se faz dos fundos para a porta da rua, com um copo com água na mão esquerda e o defumador na mão direita. Mas antes disso énecessário acender três velas e fazer três preces, sendo uma ao Anjo Governante do dia e outra a entidade que executa o dito trabalho e a terceira a Deus Nosso Senhor, pedindo licença. Em seguida se canta o ponto seguinte:

Mestre Luís chegou

oi Mestre Luís baixo,

Mestre Luís chegou

pra levar todos males

de sua "zefio" com sua gongá

para o fundo do mar, é, é. (Bis)

Ao terminar a defumação, a água do copo deve ser jogada pela porta fora dizendo: "Vai-te para o fundo do mar ou para o lugar que Deus te destinar para que mal não possas mais causar". O defumador deve ser posto atrás da porta da rua ate se apagar, e depois embrulhar seus restos num papel branco, e em seguida deve ser despachado no mar dizendo: "Dá licença!" E atirando o embrulho no mar, dizer: 

"Povo do mar, tomai conta do meu mal (ou do nosso, quando se trata de mais de uma pessoa) e dai- me (ou dai-nos) paz e prosperidade". 

É bom também levar sete rosas brancas, um sabonete branco, uma caixa de pó de arroz branco para a Rainha do mar e, jogando estas três coisas no mar, dizer: 

"Eu vos ofereço, Rainha do mar, para que me deis paz, saúde e felicidade e realize o meu ideal. Estou confiante".

Nota: Alguns umbandistas (p. ex., E. Zespo, O que é a Umbanda? Rio 1941, p. 60) querem identificar o defumador com o incenso que os padres usam na igreja durante algumas cerimonias solenes. Convém, todavia, observar que na Igreja o incenso tem apenas um sentido estritamente simbólico: assim como o aroma do incenso se levanta da terra para o céu, do mesmo modo subam as nossas orações, "como um odor agradável", a Deus. A Igreja não emprega o incenso para afugentar os maus espíritos.

2) A pólvora é outro elemento de muito uso. Lourenço Braga, Umbanda e Quimbanda, 8ª ed., p. 32 s justifica seu uso com as seguintes palavras:

"Eu explico a grande utilidade dela (da pólvora) para a descarga de ambientes ou deslocamentos de camadas fluídicas, densas, pesadas, em volta de uma criatura, dentro de uma casa, em uma localidade qualquer. Nós, espíritos reencarnados, somos imperfeitos, pecamos diariamente por obras, por palavras e por pensamentos; os nossos maus pensamentos formam camadas que se condensam com os fluídos dos espíritos inferiores, livres da matéria, que são atraídos por nós mesmos e, dessa forma, tornam muitas vezes uma pessoa, uma família, ou uma população de uma cidade, vítimas de várias coisas, tais como sejam: moléstias, brigas, desastres, loucura, paralisias, etc. 

Para a descarga, deslocamento ou desagregação dessas camadas pesadas de fluídos condensados, é muitas vezes necessário, para se livrar rapidamente do mal que eles nos causam, o uso da pólvora, cuja ação é rápida; porém tais práticas são sempre auxiliadas por falanges de espíritos bem intencionados, que acodem a nossa chamada pelos cânticos (pontos cantados) e pelos pontos riscados no chão, com a pemba branca".

3) É curioso anotar como o Sr. Oliveira Magno, Prática de Umbanda, Rio 1952, p. 42 s, esclarece o uso do galo preto: "De todos os galos, os pretos são os últimos a cantar, isto é, os que só cantam próximo ao raiar do dia. Eis o motivo de algumas lendas dizerem que o canto do galo dissipa as trevas da noite e afugenta os demônios… A influência do galo preto é de grande importância em alguns trabalhos de magia".

4) Mas o instrumento mais usado é talvez a pemba, já diversas vezes mencionada. Trata-se de simples giz e com ele são riscados os sinais evocativos dos espíritos. Segundo os umbandistas cada espírito possui seu próprio sinal cabalístico, denominado ponto riscado. Temos em mão um exemplar da pemba branca, "legítima africana, exportada diretamente da África por Ali-Bem-Itah, descendente legítimo de Li-U-Thab, da tribo de Umbanda", que foi feita "por moças virgens em completo jejum, presididas pelo Sacerdote, que durante a fabricação não pode tomar alimento de espécie alguma nem beber água, apenas fumando o seu cachimbo que é considerado sagrado. 

Durante três dias e três noites e às vezes mais, é trabalhada a Pemba, acompanhada por música do Congo, as virgens cantam sem cessar preces a virgem Pemba, para que esta transmita todas as suas virtudes a que estão fabricando…" Lourenço Braga nos elucida seu funcionamento: 

"A pemba branca serve para firmar no chão os pontos das diferentes falanges, utilizadas em qualquer trabalho; tais desenhos ferem o nosso pensamento neles, estabelecendo uma corrente fluídica magnética, por meio da qual, eles, os espíritos, fazem os trabalhos que desejarem, projeção, descarga ou afastamento de obsessores" (Umbanda e Quimbanda, 8ª ed. p. 32).

A DIAGNOSE EM UMBANDA

Persuadiram-se os umbandistas — e, aliás, todos os espíritas vivem nesta convicção — de que a causa mais comum de todas as doenças está nos espíritos do além. Isso exige naturalmente um processo de cura apropriado. Riem- se por isso dos métodos da "medicina legal". Procuremos conhecer também neste ponto a mentalidade dos umbandistas. Pois estamos aqui diante do fator de maior atração popular que a propaganda espírita e umbandista apresentam. Muitos vão ao Espiritismo e a Umbanda por esta causa. Vejamos primeiramente como explicam eles as doenças.

1) A atuação dos espíritos maus ou sofredores:

"Os espíritos malfazejos atuam primeiramente sobre o períspirito de qualquer criatura e em seguida sobre o sistema nervoso. Depois de provocar o descontrole desse, passam a ter maior influência sobre a vítima, sendo-lhes assim mais fácil dirigir a projeção fluídica sobre determinado órgão do corpo humano, provocando nele a moléstia que desejarem, ou então se valem de um espírito ainda sofredor, o qual eles, os malfazejos conscientes, obrigam a ficar encostado ao paciente provocando no mesmo as moléstias de que era portador quando ainda em vida, na Terra. 

A ação dos fluídos de um espírito sofredor ou trevoso sobre o organismo humano é idêntico à ação que produzem os raios solares, através de uma lente, sobre a nossa epiderme; eles, pela atuação constante, destroem os tecidos mais delicados do nosso organismo, provocando moléstias diversas. Embora sejam eles retirados de junto das vítimas, ficam essas em estado tal, que só com um tratamento médico espiritual, prolongado, poderão recobrar a saúde" (Lourenço Braga, Umbanda e Quimbanda, 8ª ed. p. 42 s).

"Os espíritos obsessores atuam de diferentes modos. Antes de atuarem, eles fazem pelo astral um exame da aura da pessoa e se utilizam de qualquer ponto fraco da aura, para por aí exercerem a sua influência. 

Os vícios permitem o assalto dos obsessores, principalmente o álcool, os excessos sexuais. o jogo. Também quando a pessoa tem faltas a pagar, isso possibilita o ataque do obsessor, que começa sugerindo uma ideia, na aparência inocente ou simples. Se o desejo for satisfeito, ele aumenta a intensidade dos seus fluídos, tornando-se o desejo num impulso irresistível. 

O álcool favorece as obsessões. 

Quando a obsessão aumenta, é sinal de que o obsessor já tomou conta do indivíduo, que se torna um autômato e que só se livrara da tirania do obsessor, recorrendo à intervenção das Falanges de Umbanda… Os espíritos sofredores também podem pela sua aproximação provocar doenças, não porque queiram, porque esses espíritos sofredores não são maus. Mas o seu sofrimento se irradia sob a forma de maus fluídos, que envenenam e enfraquecem a aura das criaturas" (Catecismo de Umbanda, Rio 1954, p. 60 s).

2) O espirito "encostado". A ideia popular mais comum é a de um espírito sofredor que está "encostado" na pessoa doente e que precisa ser retirado por meios mágicos. Os textos citados já aludem a estes espíritos encostadores. Para maior elucidação, leiamos mais este passo:

"Certos espíritos arregimentam espíritos sofredores, desconhecedores do estado espiritual em que se encontram, para colocá-los junto da pessoa ou grupo de pessoas a quem desejam fazer mal, provocando assim, no paciente, moléstias diversas, pelo contato fluídico desses espíritos com o períspiritos da vítima. Geralmente verifica-se que o espírito atuante transmite às vitimas as moléstias de que era portador, quando ainda preso à matéria, na Terra" (Lourenço Braga, obra citada, p. 25).

3) O quebranto ou o mau olhado é outra explicação muito popular e tipicamente umbandista para interpretar uma série de doenças. Eis como justificam seu modo de ver:

"Todo ser humano é possuidor de fluídos magnéticos que agem segundo o pensamento, sentimento, desejo e vontade de cada indivíduo. Se o homem tem bons sentimentos, os seus fluídos são bons, mas se o dito homem tem maus sentimentos ou más intenções, seus fluídos são maus; assim se explica a inveja, o quebranto e o mau olhado. 

Se uma pessoa nos olha com bons sentimentos nos desejando saúde e felicidade, está nos fazendo bem, mas se a dita pessoa nos olha com maus sentimentos, inveja, ódio e raiva nos desejando mal, está nos fazendo mal, pois as chispas que essa pessoa projeta sobre nós nos atacam segundo o seu pensamento, sentimento ou desejo" (Oliveira Magno, Umbanda e Ocultismo, Rio 1953, p. 47 s).

4) O castigo. A mentalidade reencarnacionista é mais um fator que explica outra série de doenças: segundo eles, já vivemos muitas existências terrestres e nelas pecamos e cometemos crimes; e como cada um deve expiar e reparar por seus próprios esforços e sofrimentos os pecados cometidos (pois negam a nossa redenção por Cristo!), ele está sujeito a sofrer os castigos na próxima encarnação. 

Isso, segundo eles, é fatal e inevitável e nem Deus pode intervir, uma vez que a justiça divina não pode perdoar o pecado sem que preceda rigorosa expiação feita pelo próprio pecador. Mesmo certos desastres, acidentes ou outras ocorrências imprevistas devem ser justificados pela "lei do Carma", que funciona de modo inexorável, como as demais leis físicas.

Axé


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