BATISMO NA UMBANDA
O Sacramento de Proteção Divina
É muito comum médiuns umbandistas serem batizados sem nenhum tipo de consciência sobre o que significa esse sacramento. Pais e Mães espirituais batizam seus filhos sem prepararem ou explicarem o que significa esse ritual, assim como é comum vermos médiuns trabalhando há anos em seus terreiros com várias confirmações religiosas, mas sem terem sidos batizados ou convertidos para a Umbanda, religião que comunga, ama e pela qual se dedica.
O Batismo é o mais importante sacramento para qualquer religião, e isso é tão claro que percebemos com facilidade o quanto as religiões de forma geral incentivam, divulgam e trabalham em prol do batismo entre sua comunidade e seus fiéis, algumas inclusive chegam a exigir tal sacramento.
Tem um ponto muito bonito em nossa Umbanda que diz "a Umbanda tem fundamento é preciso preparar...", portanto é preciso trabalhar, estudar, organizar, estruturar e REALIZAR A UMBANDA.
É preciso transmitir a Graça Divina, satisfazer as necessidades, nutrir de fé e de Sagrado cada fase da vida evitando assim que os médiuns umbandistas procurem outras religiões para realizarem determinados ritos e sacramentos.
O Batismo é um rito de passagem, feito normalmente com água sobre o iniciado através da imersão, efusão ou aspersão. Este rito de iniciação está presentes em vários grupos, religiosos.
É o principal sacramento na Umbanda e em muitas outras religiões. Sacralizar é atribuir caráter sagrado a algo ou a alguém.
Atualmente, pouca importância se dá às cerimônias, mas existe um fundamento divino, uma correspondência astral amparadora, por trás de cada sacramento.
Cada cerimônia, se praticada com o devido respeito, é extremamente benéfica. Os Sacramentos na Umbanda são cerimônias eficazes, realizadas durante um culto religioso, para a proteção divina dos fiéis. São sinais sensíveis, instituídos para nos dar a graça santificante de Deus, nosso Divino Pai Olorum.
O batismo é uma cerimônia indispensável, para que a pessoa tenha uma vida religiosa plena.
Com o batismo, o (a) dirigente faz a apresentação do fiel à Divindade, para que o espírito sintonize melhor a proteção do orixá e suas vibrações. Em todas as cerimônias realizadas em nosso Chão, devemos permanecer sérios, compenetrados, sem brincadeiras, solenes e reverentes.
Cada Sacramento é um ato de fé, é revestir a cerimônia com a vibração do (a) Dirigente, com a sua convicção e religiosidade, marcando esses momentos únicos na vida das pessoas, no seio de sua comunidade religiosa.
A nossa Casa por intermédio do nosso Dirigente Espiritual Pai Antero, sugere que as pessoas a serem batizadas, sejam maiores de dez anos, pois elas já tem noção da religião. Assim sendo, podem participar desse rito, pois já conhecem e vivenciam a Doutrina e Rituais de Umbanda e já podem colocar em prática, o mais cedo possível, as virtudes fundamentais para seu crescimento espiritual.
SIGNIFICADO
Segundo o Dicionário Aurélio, o termo batismo vem do grego, baptismós, que significa mergulhar.
Em latim, baptismu. É um sacramento religioso onde através da imersão, da ablução ou simplesmente da aspersão de água significa um renascer espiritual, com purificação de todas as culpas e pecados.
ORIGEM
A origem deste sacramento é tão antiga quanto a humanidade. Cada povo de uma forma ou de outra, sempre teve seu ritual iniciático.
Todos conhecemos a passagem do batismo de Jesus por João Batista. Ali o batismo foi feito por imersão.
As Igrejas Evangélicas e Protestantes praticam até hoje esta forma de batismo. Já na Igreja Católica, a forma comumente usada é de aspersão, ou seja, a água é jogada sobre a cabeça da pessoa a ser batizada.
O BATISMO NA UMBANDA
É realizado para revestir o espírito e o mental do Ser com uma aura protetora semelhante a proteção divina que o espírito recebe ao reencarnar. É a "entrada" do espírito na dimensão religiosa da Umbanda, é quando o médium se torna Filho de Olorum e seguidor de Pai Oxalá, passando a fazer parte de seu "exército branco".
Ele é o primeiro e o mais importante Sacramento, pois é a porta de entrada para o recebimento das bênçãos divinas e dos demais sacramentos. Pelo batismo, a pessoa é incorporada à Umbanda, passando a ter os direitos e deveres próprios da religião. É um cerimonial litúrgico poético, santificado e participativo da vida divina onde preces, toques, cantos e atos litúrgicos específicos compõem a linguagem expressiva e encantadora de nossa religião.
O ritual pode ser praticado dentro do próprio terreiro, como também na cachoeira, local de vibração pura de Mãe Oxum, mãe e protetora de todos os filhos de Umbanda e Senhora das Águas Doces. Pode-se também, por orientação do Dirigente da Casa, ser realizado na praia, consagrando assim, os filhos a Iemanjá. No entanto é indispensável a água da cachoeira que tem o poder de limpar, purificar e alimentar nosso espírito e quando jogada ou aspergida na coroa, chacra coronário, faz a purificação desse chacra e ativa-o promovendo uma unificação com as forças espirituais superiores além de fortalecer, equilibrar e alimentar nossa alma com vibrações puras e harmoniosas.
FUNDAMENTO DO BATISMO
Independentemente da religião é importante entendermos que o ritual fundamenta-se na limpeza áurica e na ativação dos chakras.
A água tem o simbolismo da limpeza, da purificação, jogada ou aspergida normalmente na cabeça, na altura do chakra coronário, simboliza a limpeza deste chakra e sua ativação, promovendo uma unificação com as forças espirituais superiores (lembre-se que nas Igrejas Católica e Evangélica fala-se em batismo pelo Espírito Santo). Na Umbanda, além de ativarmos a ligação do chakra coronário com a força de Oxalá (Jesus), promovendo então, não só a limpeza espiritual como o fortalecimento e o equilíbrio das energias cósmicas com a energia terrena. Por isso que, em geral, o batismo é realizado com água doce (água da cachoeira).
Há ainda o cruzamento de pemba, onde os chakras ligados à espiritualidade são cruzados, simbolizando o fechamento destes às forças negativas, ativando-os tão somente para a entrada de energias positivas e benéficas e a consagração com vinho tinto de mesa suave representando o sangue de N. S. Jesus Cristo, e o sal bento representando as duras e amargas lutas do filho, mais que acima de tudo o filho estará protegido e consagrado para lutar e vencer seus Obstáculos.
Como em todos os rituais de Umbanda, a cerimônia é permeada por pontos de louvação específicos para o ritual.
No mais, cada chefe de terreiro dará suas instruções para o ritual, pois que este depende ainda da linha e da falange que comanda a casa umbandista e sua forma de trabalho.
Batismo de Médium
O batismo é um acolhimento dos filhos de fé. É um sacramento indispensável para a pessoa ter vida religiosa plena. É uma iniciação. Cada religião tem uma hierarquia divina: anjos, arcanjos, querubins, devas... Na Umbanda temos a hierarquia dos Orixás. O batismo é, portanto, uma apresentação às divindades da Umbanda, para que enviem as suas vibrações ao espírito encarnado e assim ele passe a receber a proteção dos Orixás. O espírito e o mental do batizando passam a ser amoldados sutilmente na nova vida, na nova religião, revestidos com uma aura protetora divina.
ELEMENTOS USADOS EM BATISMO
Água: O elemento mais utilizado para batismos nas religiões é a água. Falando por Umbanda, a água é elemento de Yemanjá (Mãe das cabeças), de Oxum (vida) e de Nanã (Maturidade). É com á água que se consagra a vida, que se limpa a cabeça, que se purifica um Ori (elemento sagrado da nossa coroa). Em algumas igrejas faz-se a imersão da pessoa na água (só a cabeça, corpo inteiro, dependendo da doutrina) para que simbolize este "renascimento".
Óleos: Presentes até hoje não apenas em batizados, mas outros ritos como fechamento de corpo, coroações, etc. Óleos são sagrados em diversas religiões e seu fundamento está diretamente ligado ao material que é produzido (Olivas, Alecrim, etc).
Pemba: Muito utilizada em rituais de Umbanda, a pemba tem a função de ativar magias através do pó, do ar, ou seja, serve tanto para riscar pontos magísticos na pele como tenta se propagar pelo espírito, demarcando-o como membro desta religião.
Panos: Panos, em especial de cor branca são utilizados com frequência no Batismo Umbandista tanto para proteção da coroa, quanto para enfeite e eternização de um momento diferenciado. Jesus em seus batismos, ao lavar o pé de seus discípulos e em muitos outros momentos utilizava panos brancos. Para Umbanda o branco é sagrado (pombinho branco, branco de Oxalá, nuvem do céu, espírito santo, etc).
Velas: A presença de velas pode e provavelmente vai ser utilizada para ativar e concluir o processo de apresentação.
Como Usar a vela do Batismo:
Aos médiuns Quando for necessário acender a vela e levar ate seu chakra frontal permanecer por cinco minutos e mentalizar a problema e pedir solução, feito isso apagar a vela sem soprar apagar com os dedos e guardar.
As crianças postar sobre a cabeça da criança e, de preferência, às suas costas. Se houver algum problema de causa desconhecida com a criança, acender a vela e elevá-la sobre a sua cabeça. O campo imantador da própria criança começará a se abrir e a criar a proteção e a limpeza necessária.
Os Padrinhos e Madrinhas
Orientação aos padrinhos e aos pais
Ser padrinho é assumir perante Pai Olorum e Pai Oxalá o compromisso de segundo pai e segunda mãe, prometendo cuidar de seu (sua) afilhado (a) sempre que necessário.
A vela batismal será levada para casa e guardada. Essa vela é símbolo da Luz Divina e deve ser acesa (apenas quando necessário).
Os Padrinhos Espirituais - Orixás- assumem o amparo divino do afilhado, juntamente com o Guia escolhido.
Deve ser uma Orixá masculino e um Orixá Feminino ou uma entidade Masculina e outra Feminina. Ex: Um preto velho e uma Preta Velha, Um Caboclo e uma Cabocla...
Os Padrinhos Encarnados assumem a responsabilidade de serem orientadores do (a) afilhado (a) na Umbanda juntamente com o Dirigente da Casa.
Na Umbanda ainda, mais que padrinhos encarnados, contamos com o amparo dos Guias Espirituais e/ou Orixás que se manifestam na hora da consagração adquirindo a guarda desse médium. Momento mágico e divino que exprime a verdadeira realidade do amor, da bondade e da benevolência, superando qualquer sentimento.