CONTRA-EGUM
O que são
O "Contra-Egun" é um traçado de palha da costa trazido ao brasil pelas religiões Afro-descendentes e é geralmente usado nas nações de Candomblé e Umbandomblé. Serve para proteção contra espíritos desencarnados que atuam em baixo astral, desordem, ou em palavras populares: zombetagem. Esse traçado pode ser posto no braço, no tornozelo e/ou na barriga. A escolha de onde colocar estará diretamente ligado a doutrina e fundamento de cada casa.
Esses utilitários trançados a partir da palha da costa. Sua confecção se dá com o corpo limpo das impurezas da carne e com rezas de santo feitas durante todo o tempo em que se está confeccionando o mesmo. Também existe a reza para se colocar o contra egum e para retirá-lo da pessoa. Segundo os mais antigos, ele pertence a Obaluayê e serve para afastar espíritos desencarnados da pessoa que está passando pela obrigação. É de grande significado, pois com suas rezas e posteriormente com sua imantação através de determinados banhos, ele não permite de forma alguma que espíritos de mortos se aproximem de quem os está usando.
Há algumas discussões sobre a utilização desta ritualística na Umbanda. O contra-Egun é um procedimento ritualístico avindo dos iorubas, praticado nos cultos aos Orixás e usado em iniciados. A palavra "Egun" significa "Desencarnado", portanto, todo espírito que já esteve em processo de encarnação, após desencarnar se torna um egun, independentemente de seu grau de elevação na espiritualidade. Na Umbanda não nos referimos aos nossos guias espirituais como eguns, simplesmente pelo fato de não dizer que o guia é somente um desencarnado, mas sim um espírito elevado e capacitado, mas o termo a grosso modo serve para todos os desencarnados.
Não existe restrição você pode usa-lo sempre, desde que não esteja bebendo ou em momentos íntimos.
Segundo o Conhecimento aplicado pelos antigos no candomblé, o contra-egum é um instrumento de Obaluayê (O Rei da Terra), que espantaria as energias negativas das pessoas, mas alguns dizem que Ewá, Oyá e Ogun também tem seu papel quanto a esse traçado de palha da costa.
Na África, os iorubas carregam uma filosofia em seus cultos que descartam quaisquer envolvimento espiritual ligados aos Orixás (Divindades) que envolvam desencarnados (Eguns), em suas crenças o egun atrapalhará a força da cabeça do iniciado, ou seja, seu contato com Orixá, sendo assim, em período de obrigações espirituais ao seu Orixá, o iniciado passa por diversos procedimentos ritualísticos, um deles é o uso do contra-egun, no qual a palavra já diz por si.
Muitos umbandistas que sabem o teor dos Orixás fazem o uso do contra-egun em seus filhos, geralmente no período iniciativo dos mesmos (não confundir ritualísticas e filosofias espirituais entre Candomblé e Umbanda). Daí a pergunta que não cala, se cultuamos desencarnados/Eguns (Guias espirituais), como se usa um contra-egun que afastaria qualquer tipo de desencarnado, não seria um tanto contraditório? A resposta é simples, não! Umbandistas que não se baseiam nos Orixás através da filosofia candomblecistas e sim através do que é realmente o Orixá e historicamente através do povo africano, fazem este procedimento sem problema algum em sua interpretação.
O Orixá perante cada um de nós é a nossa ligação direta com a natureza, com o princípio, é a nossa força natural que através de nossa cabeça (Orí) nos faz nascer e nos mantêm vivos, a tradução da palavra "Orixá" já nos dá esta resposta: "Força da cabeça"! Portanto, para nos manter equilibrados é necessário que nosso orí esteja em harmonia, ou seja, que nós estejamos em harmonia com a nossa natureza, com nosso Orixá. Uma pessoa que segue um caminho mais perto do que seja Umbanda, por mais leigo, sabe que em nosso orí nenhum espírito se aproxima, pois o nosso orí tem que estar puro, sem nenhum tipo de fluído paralelo que não seja aqueles que nos coligam com nossa natureza, com o nosso Orixá. Portanto, a primeira providência perante um novato umbandista que está adentrando uma corrente espiritual, é o manter equilibrado para que futuramente possa tranquilamente desenvolver sua mediunidade, mesmo que não seja a faculdade da incorporação mediúnica.
Enquanto alguém ou filho de santo estiver usando esta proteção, estará imune a perturbação ou até mesmo da aproximação dessas energias que podem ser brandas ou revoltadas e sem nenhuma luz ou causa aparente. É claro que dependendo da energia, se o desordeiro for pagão e instruído (como um quiumba, por exemplo), até mesmo a magia do Contra-Egun pode não ser eficaz, mas no geral, é muito útil para proteção de médiuns, em especial de médiuns iniciantes onde sua coroa está aberta para todo tipo de espírito.
Como fazer para se manter alguém em equilíbrio? Poxa, manter este em dia com sua natureza, ou seja, em ordem com seu Orixá! E pra isso, num período específico é necessário afastar quaisquer tipos de desencarnados de perto deste filho, até mesmo seus guias espirituais, para que em fundamento específico, este filho se resguarde ao seu Orixá e não receba nenhum tipo de fluído paralelo neste período, portanto, a resposta é simples: na Umbanda a utilização do contra-egun é como na tradição africana, porém, dentro da filosofia do culto umbandista, onde a utilização deste artefato ritualístico serve para não deixar influências dos desencarnados se aproximarem do orí da pessoa no período de resguardo espiritual ao seu Orixá, justamente porque orí ou/e coroa espiritual é algo particular, que coliga cada indivíduo a sua própria natureza de forma direta, sem poder obter nenhuma influência fluídica paralela, ou de terceiros, independentemente do grau evolutivo do espírito em questão.
Qual umbandista nunca ouviu falar sobre o procedimento da deitada numa camarinha?
Ou alguém aqui deita para guia espiritual? É importante sempre desvincular o conceito de Orixá na Umbanda da filosofia candomblecista, ou da filosofia nagô dentro dos conceitos rituais deles a fundo, mas sempre vincular o Orixá e sua tradição dentro da filosofia própria que a Umbanda adquire, se baseando no Orixá por si próprio e em sua raiz, do contrário, vamos continuar com umbandistas submissos e perdidos nos conceitos de sua religião, procurando outras religiões para sucumbirem suas dúvidas, e a respeito dos Orixás, continuarão se colocando como pessoas que cultuam indiretamente os mesmos, nas quais pedem aval do Candomblé ou outros para poderem brincar de saudar Orixá em seus cultos!
Ninguém está livre de energias ruins.
Sempre que formos a algum lugar infestados de energias negativas Ex: Cemitérios, hospitais, presídios, ou qualquer lugar que você sinta a necessidade, até mesmo em visitas em outras casas. Não existe restrição você pode usa-lo sempre, desde que não esteja bebendo ou em momentos íntimos.
Segundo o Conhecimento aplicado pelos antigos no candomblé, o contra-egum é um instrumento de Obaluayê (O Rei da Terra), que espantaria as energias negativas das pessoas, mas alguns dizem que Ewá, Oyá e Ogun também tem seu papel quanto a esse traçado de palha da costa.
O contra-egum usado nos braços tem o nome de Ikan e sua função é neutralizar os Eguns, pois acredita-se que o Egum para tomar o corpo do Yawo entra pelas mãos ou pelos pés, pois a cabeça(ori) é domínio do Orixá e ao usá-lo o Yawo estárá protegido.
O Ikan faz a divisão entre as mãos e o Ori (cabeça) e quando é amarrado nos braços dividindo o profano do sagrado (Ori-Aperô ) pois Ori encontra-se acima dos ombros, aonde o Ikan faz a divisão.
Os ombros representam o Aperê natural onde Ori está assentado.
O que se usa nos tornozelos tem outro nome, (OPACHORÔ ou XAORÔ) que também pertence a Obaluayê e nele utiliza-se um guizo preso, pois seu barulho espanta os Eguns. É aonde prendemos no Yawo, que ao fazer barulho espanta os Eguns que possam estar no caminho dele.
Conta uma lenda que o Vodun Possum era filho de Obaluayê e que nascera com garras e surdo e se perdia na mata por também ter deficiência visual. Obaluayê preocupado com tal situação amarrou o Xaoro com um trançado de palha da costa no tornozelo de Possum, pois quando ele se perdia o barulho que os xaoros faziam mostrava a Obaluayê aonde encontra-lo e ainda afastava os Eguns de perto de Possum.
Já na cintura usa-se o cordão umbilical (Umbigueira) que representa a ligação direta do iniciado com seu Orixá e com Oxum.
Todo Yawô é obrigado a usar contra-egum, umbigueira, e mocam (Cordão de palha da costa trançada cujos fechos são duas "vassourinhas" de palha) Este cordão constitui um símbolo do Yawô e é, geralmente, preservado por toda vida.
Pelo menos por um ano para manter a proteção por estar o Ori do Yawo ainda novo demais, e somente após o Bori de um ano, pode -se liberar o Yawo da obrigatoriedade do contra-egum diário.
O contra-egum é uma defesa do Yawô, e o próprio nome já diz, é contra as forças maléficas espirituais, contra fluxo energético que possam influenciar a cabeça do Yawo.
A umbigueira, na realidade é uma ligação de Oxum, ligação ao útero .
No Jeje é uma ligação de Bessém para com o Iyawô, ou seja, é a cobra mordendo o próprio rabo.
A umbigueira nada mais é do que uma representação de Oxum e sua ligação com o Yawo sendo gerado dentro do "ÚTERO" espiritual, que é o roncó ou rundeme, mantendo a união entre o iniciado e seu Orixá.
Quando estamos com a umbigueira, o nosso cordão umbilical ainda está preso no Orixá, preso a Oxum.
Devem ser usados como jóias espirituais de proteção para o Yawo.
Existe rezas para colocar e tirar os contra-eguns, a umbiqueira e o xaoro, tudo dentro do ritual de cada casa.
Embora este amuleto seja menos frequente utilizado em terreiros de Umbanda, tem se mostrado muito eficaz, em especial para filhos recém-chegado que ainda estão aprendendo a diferenciar a presença de um espírito de baixa luz dos seus guias. A palha é escolhida pelo filho e tal como o fio de conta (Guias) deve ser cruzada para que seja ativado seus poderes magisticos. A presença de búzios, nós ou outros tipos de fio podem ser agregados conforme a necessidade de proteção e afastamento de cada filho. Estes elementos podem ser trazidos pelo pai de santo ou pelos guias.
A ativação de um mesmo instrumento, por exemplo "palha da costa" pode ser ativada completamente diferente entre Umbanda e Candomblé, ou ainda, mesmo que seja dentro de uma determinada religião, pode mudar de acordo com a mágia e ritual de cada casa também.
Axé