CURIOSIDADES
Sobre a Umbanda
Não é segredo para ninguém que ainda existem muitos preconceitos com determinadas religiões - aliás, qual religião não sofre com um pouco de preconceito? Mas, principalmente com as religiões espíritas, o preconceito costuma ser ainda maior.
É importante que conheçamos as religiões e no que cada uma delas acredita antes de definirmos nossa própria opinião a respeito. Por isso, separei algumas curiosidades que poucas pessoas sabem sobre a umbanda, uma religião que sofre ainda muito preconceito no Brasil.
1 - O que é Bioplasma e como é utilizado na Umbanda?
É a energia do médium usada nas gira de umbanda, algumas entidades chamam de ectoplasma, mas este termo não é bem preciso. De uma forma simples podemos entender assim: O médium gera uma energia que ao juntar-se à energia da entidade que venha a incorporar, cria uma terceira energia, que é a que vai atuar durante o atendimento, portanto se uma das energias estiver em desequilíbrio (geralmente é a do médium), isto afetara a eficácia do atendimento.
Sendo assim sempre que formos aos trabalhos devemos tentar ao máximo estarmos equilibrados, e se isto não for possível o correto seria não atendermos diretamente a ninguém, pelo menos até estarmos melhor.
Dificilmente um médium é sonâmbulo (ou inconsciente, como alguns dizem), sendo o mais comum o médium consciente, aquele que sabe o que está acontecendo mas não tem o controle das palavras e dos gestos. É o que chamamos de terceira energia. Vejam como funciona: existe uma fusão do espírito do médium com o espírito comunicante, criando-se uma terceira energia.
Gosto de dar exemplos. O café e o leite, separados, são puros. Misturados criam uma terceira bebida, podendo ser mais preto ou mais branco, conforme a quantidade das bebidas. Mas sempre, a união de ambos, terá uma terceira qualidade. É impossível a comunicação pura do espírito. O importante é a presença do espírito, com maior ou menor intensidade.
2 - A Umbanda é uma mistura de várias religiões
A palavra Umbanda vem de outra palavra: m'banda, que em língua quimbundo, idioma originado de Angola, significa "sacerdote" ou "curandeiro". A religião une elementos da filosofia espírita kardecista, das várias doutrinas afro-brasileiras, de tradições indígenas milenares, do cristianismo católico e de ensinamentos esotéricos.
3 - Seu fundador tinha apenas 17 anos
Zélio Fernandino de Moraes, considerado o Pai da Umbanda, tinha apenas 17 anos quando foi convidado para uma sessão espírita, no Rio de Janeiro, quando um espírito, mais conhecido como Caboclo das Sete Encruzilhadas incorporou nele e, proferindo as seguintes palavras, deu início à religião hoje conhecida como Umbanda:
"Venho trazer a Umbanda, uma religião que harmonizará as famílias e há de perdurar até o fim dos tempos."
4 - O uso das imagens católicas
O uso de imagens de santos católicos começou nos primórdios da religião umbanda, quando os senhores das senzalas aplicavam castigos físicos em seus escravos, como chibatadas, por exemplo.
À época, os senhores utilizavam as imagens de santos para protegerem a si próprios e seus familiares de macumbas dos escravos feitas como vingança aos castigos. Os senhores obrigavam os negros a cultuar os santos católicos. Com o tempo, os santos foram associados às entidades da religião espírita.
5 - Roupa branca
Quando não se tem nenhuma cor, se enxerga preto; mas, quando se mistura todas as cores, obtêm-se branco. O branco é a somatória de todas as cores. Como cada cor tem suas propriedades, tipo de energia e função, usando o branco você tem todas as coisas boas advindas das cores, incluindo a pureza e a paz do próprio branco.
Além disso, a roupa da umbanda deve ser levada muito a sério e deve ser tratada com respeito.
Por isso, quem as usa deve lavá-la e guardá-la separa de todas as outras roupas que possui.
Também não se pode andar na rua com elas, pois deve ser posta apenas no local do culto.
6 - Giras
Trata-se de um evento em que vários espíritos de uma determinada falange reúnem-se, através de incorporações em médiuns. Existem três tipos de gira, conhecidas como: desenvolvimento, trabalho e festivas.
7 - Bater cabeça
O ato de bater cabeça, talvez seja a parte da ritualística umbandista cuja simbologia esteja no inconsciente coletivo da humanidade desde o princípio dos tempos.
O ato de levar a cabeça ao solo é encontrado, praticamente, em todas as religiões e foi trazido para alguns protocolos do mundano tendo em vista que em muitas sociedades os seus soberanos eram tidos como representantes terrenos da divindade.
Seu significado pode ser interpretado como (reconhecimento da) submissão do ser humano diante da onipotência da deidade, muitas vezes representada através de fenômenos da Natureza. Ou seja, a aceitação de nossas limitações diante daquilo que não podemos controlar.
Trata-se, portanto, de um sinal de respeito e de entrega.
Também pode ser entendido como representação de humildade, bem como uma forma de agradecimento ( à Mãe-Terra que, através de seus mistérios, nos dá tudo, o que nos sustenta e nos mantem em pé).
Pode-se, então, dizer que na Umbanda bater cabeça significa respeito pela idade, orixás, guias e entidades que são representadas tanto pelo congá , como por pontos de força ou energia (a tronqueira e os atabaques), e ainda nas figuras dos sacerdotes e sacerdotisas ou mais velhos na religião.
A ritualística pode variar de terreiro para terreiro, função de doutrina e fundamentos próprios.
8 - Atabaques
Os Atabaques, instrumento de percussão, acompanham os pontos e ajudam a manter o ritmo e a cadencia, mas também tem outras funções entre elas a de emanar certos tipos de vibração, funcionando de forma semelhante aos pontos cantados.
Os pontos cantados e os atabaques também têm a função de, no decorrer da gira, quebrar demandas, ou seja, desfazer energias ofencivas e nocivas a gira, atuando diretamente em cima dessas energias e as desfazem.
Eles devem ser entoados de uma maneira harmoniosa e sincera, devemos entoá-los com o coração e entrar no seu ritmo pois só assim estaremos conseguindo elevar o pensamento, acima de tudo deve ser levado muito a serio, e não esqueçamos que as suas letras e a sua tonalidade e ritmo movimenta certos tipos de energia , então não devemos entoá-los em qualquer lugar, principalmente em bares, festas ou em lugares parecidos, pois esses lugares possuem outro tipo de vibração não adequadas aos Cânticos Sagrados, e jamais, mesmo em um terreiro, devemos berrar ou até mesmo cantá-los de forma exagerada e fora do ritmo, pois isso fará com que não se atinjam as vibrações particulares dos pontos.
9 - Velas
A utilização das velas nos rituais de Umbanda vem de influência da religião católica. No Catolicismo, a santíssima trindade é um símbolo representado pela vela, sendo que o pavio representa Jesus, a cera Deus Pai e a chama o Espírito. Na Umbanda, as cores das velas vão de acordo com a entidade a que os devotos querem invocar. Cada cor é representada pela cor original do Orixá a que o espírito representa. Para os Exus, normalmente é oferendada a vela preta, aos que servem a entidade Oxóssi, utilizam a vela verde. Amarela aos que devotam-se a Iansã.
O uso das velas na umbanda tem uma razão específica, que é muito diferente da razão do uso das velas para a religião católica, por exemplo, mesmo pelo fato de que a prática de uso desse item na umbanda surgiu graças ao catolicismo.
É como se a vela trabalhasse na função de um sinalizador para os espíritos, indicando um caminho mais iluminado e fácil para que eles se aproximem.
10 - Reencarnação
Para a umbanda, a reencarnação existe sim. Os espíritos desencarnados estão entre nós com a função de nos ajudar e nos darem avisos. Ou seja, não estão aqui à toa, de acordo com a doutrina.
Mas não é qualquer espírito que se manifesta. Entram em contato aqueles que já são muito evoluídos e, por isso, não precisam mais reencarnar em outros corpos. Nessa fase, eles conseguem se manter como espíritos para entrar em contato com os humanos na intenção de ajudar os espíritos reencarnados a manter o percurso da evolução.
11 - Ramificações
É muito comum religiões receberem, com o tempo, ramificações. As ramificações nada mais são do que a própria religião em questão, mas com alguns costumes e pensamentos diferentes da ideia original. Na umbanda, existem várias ramificações:
- Umbanda de mesa branca- Omolokô
- Umbanda traçada (umbandomblé)
- Umbanda Esotérica
12 - Termo 'macumba'
No início do século XX, com o surgimento das giras de Umbanda, realizadas em sua maioria nas praias, elas passaram a ser conhecidas pelo termo macumba. Porém, o termo trata-se de um tipo de reco-reco usado durante as giras. E pelo fato de ser utilizado esse instrumento, as pessoas referiam-se da seguinte forma: "Estão batendo a macumba na praia", ficando assim conhecidas as giras como macumbas. Com o tempo, tudo que envolvia algo que não se enquadrava dentro dos ensinamentos impostos por religiões tradicionais como o catolicismo, cristianismo e outras, era considerado macumba. Com isso, acabou por virar um termo pejorativo. Então, verificamos que uma pessoa macumbeira nada mais é do que aquela que toca reco-reco.
13 - Exu é um demônio?
Não necessariamente. Exu é guardião e mensageiro. Os Exus trabalham na Linha de Esquerda na Umbanda. Exu é regente da vitalidade dos seres. Trata-se do mais humano dos mistérios de Umbanda, pois em si reflete a profunda natureza emotiva do seu médium, no qual ele se incorpora e manifesta.
Embora muitos digam que ele seja um punidor, na verdade, Exu atua como agente esgotador e filtro de negativismos ou como também conhecido, criador de estímulos que ativam e tratam o emocional humano. É regido pelo denominado mistério "Trono Neutro", que não promove nem o bem nem o mal, mas sim o equilíbrio. Através do seu fator equilíbrio, Exu tanto vitaliza como desvitaliza os mistérios dos embasamentos orixás: amor, conhecimento, religiosidade, equilíbrio, ordem, evolução e geração.
14 - Hierarquias existentes dentro da religião
Umbanda Branca e/ou de Mesa- Nessa linhagem da Umbanda, em grande parte dela, não são encontrados elementos de deriva Africana - os Orixás -, nem os trabalhos de Exus e pomba giras, ou a utilização de instrumentos como atabaques, fumo, imagens e bebidas. Essa linha é mais voltada ao trabalho dos guias como caboclos, pretos-velhos e crianças. A utilização de livros espíritas é a principal fonte doutrinária desse ensino.
Omolokô - Trazida da África pelo Tatá Tancredo da Silva Pinto. Nessa linhagem, é encontrado um misto entre a devoção dos Orixás e o trabalho direcionado dos Guias.
- Umbanda Traçada ou Umbandomblé- Nessa linhagem, existe uma diferença entre a Umbanda e Candomblé, porém, cabe ao mesmo sacerdote alternar as sessões de forma que não atrapalhe uma ou outra.
- Umbanda Esotérica - A Umbanda Esotérica estuda alguns ensinamentos como Budismo Zen, esoterismo, ensinamentos de Jesus Cristo e o espiritismo em si. Essa linhagem é focada no desenvolvimento pessoal e espiritual do indivíduo, tendo como base o amor a si e ao próximo.
- Umbanda Iniciática- Utiliza-se como fonte de conhecimento o sânscrito e deriva-se da Umbanda Esotérica, além de grande influência oriental. Fundamentada pelo Mestre Rivas Neto (Escola de Síntese conduzida por Yamunisiddha Arhapiagha), onde existe a busca por uma igualdade doutrinária (sete ritos), e o alcance do Ombhandhum, o Ponto de Convergência e Síntese.
15 - A Umbanda desconhece restrições
Não existe troca de favores ou de mercadorias na religião. A Umbanda atende a todos, sem segregação nem distinção de raça, cor, sexualidade, ou gênero. Os trabalhadores da Umbanda, ao contrário de outras doutrinas, têm o dever de atender as pessoas e membros da casa e, principalmente, aos assistidos. Respeito e amor acima de tudo são características dos seguidores dessa religião.
16 - Mediunidade
Para participar de um ritual de gira de Umbanda ou para desenvolver o dom mediúnico num terreiro, há a necessidade de se ter mediunidade para incorporação. A religião defende que todas as pessoas são médiuns, em maior ou menor grau, e que todos possuem determinado tipo de mediunidade, tenha ela se manifestado ou não em algum momento da vida. Algumas pessoas que possuem grau elevado de mediunidade, mas que não frequentam um terreiro, buscam os ensinamentos da Umbanda para desenvolvimento de grau.
17 - Sobre Aruanda - Toda religião tem seu paraíso.
Através das eras, as religiões definiram, cada qual, seu "lugar de descanso" ou "paraíso". Os cristãos anseiam ir a Glória com Jesus, os católicos esperam o paraíso com Maria, mãe de Deus.
Os islâmicos esperam por suas 40 virgens, bondade essa de Alá.
Na Umbanda, o lugar de passagem para o outro lado, uma vez que existe a crença na reencarnação de Kardec, chama-se Aruanda.
Aruanda é uma cidadela de luz etérea que orbitaria a ionosfera do planeta Terra, em uma dimensão espiritual de transição. De palavra originariamente africana, tratava-se do lugar que para o qual queria-se voltar um dia e usufruir do descanso e da luz pura de bondade desse local.
18 - Pano de cabeça
Torço - É feito a partir de um pano chamado ojá (a palavra significa "faixa de pano"), de tamanho variável. Existem vários formatos de torço, que podem ter significados diferentes. Por exemplo: o torço com duas pontas (orelhas) significa orixá feminino enquanto o torço com uma ponta só simboliza orixá masculino.
Serve tanto para proteger a coroa do médium conta as energias mais pesadas, como também representa um sinal de respeito dentro de um determinado ritual.
19 - Ojá
A Toalha Branca (Pano da Costa) - Trata-se de um pano branco em formato de toalha (retangular), podendo ser contornado ou não com renda, fino ou grosso, de tamanho aproximado de 0,50 x 0,80 m. Entre outras coisas, é utilizado para cobrir a cabeça dos médiuns quando estes incorporam Obaluaiê.
Outras Roupas - Em alguns casos, os guias podem solicitar alguma peça de roupa para que usem durante os trabalhos. Podem ser:
Pretos Velhos: toalhas, batas, saia, calça, etc.
Exus: Roupas, lenços, chapéus, jóias, capas, etc.
Caboclos: Cocares, faixas, penas, tiras de couro, etc.
Crianças: Bonés, roupas, laços, toalhas, etc.
Estas peças de roupa serão autorizadas pela dirigente ou pelos guia chefe da casa.
20 - Os pés descalços
O solo, chão representa a morada dos ancestrais e quando estamos descalços tocando com os pés no chão estamos tento um contato com estes antepassados.
Nós costumamos tirar os calçados em respeito ao solo do terreiro, pois seria como se estivéssemos trazendo sujeira da rua para dentro de nossas casas.
É também uma forma de representar a humildade e simplicidade do Rito Umbandista.
Além disso, nós atuamos como a pára-raios naturais, e ao recebermos qualquer energia mais forte, automaticamente ela se dissipa no solo. É uma forma de garantir a segurança do médium para que não acumule e leve determinadas energias consigo.
Em alguns terreiros é permitido usar calçados (mas calçados que são usados APENAS dentro do terreiro).
Cabe ressaltar, que a origem desse costume, nos cultos de origem afro-brasileira, é outra; os "pés descalços" eram um símbolo da condição de escravo, de coisa; lembremos que o escravo não era considerado um cidadão, ele estava na mesma categoria do gado bovino, por exemplo.
Quando liberto a primeira medida do negro (quando fosse possível) era comprar sapatos, símbolo de sua liberdade, e de certa forma, inclusão na sociedade formal. O significado da "conquista" dos sapatos era tão profundo que, muitas vezes, eles eram colocados em lugar de destaque na casa (para que todos vissem).
Ao chegar ao terreiro, contudo, transformado magicamente em solo africano, os sapatos, símbolo para o negro de valores da sociedade branca, eram deixados do lado de fora.
Eles estavam (magicamente) em África e não mais no Brasil.
No solo africano (dos terreiros) eles retornavam (magicamente) à sua condição de guerreiros, sacerdotes, príncipes, caçadores, etc.
21 - Benzimento
Benzer significa tornar Bento ou Santo.
É uma prática muito antiga a muitas culturas, mas aqui no Brasil ganhou força no período da colonização junto aos imigrantes que chegaram.
Vale lembrar que os próprios Índios aqui já estabelecidos praticavam seus rituais de cura dentro de um conjunto de orações no seu próprio dialeto.
No quadro dos colonos tínhamos duas classes predominantes no Benzimento:
As parteiras e os benzedeiros.
O Benzimento se da no conjunto de rezas, na formulação de garrafadas, seja de proteção ou de dosagem, existem Benzimentos para proteção de casas, crianças, animais de estimação, plantas, proteção do corpo e de espírito.
Para um bom Benzimento não existe hora e nem lugar, não importa o dia e nem a Lua.
Não é preciso ser médium nem ter nenhum tipo de pré-requisito além da vontade de ajudar ao próximo.
O Benzimento se aprende dentro de uma tradição na qual quem sabe e foi preparado ensina quem precisa, independente de crença ou religião.
Sendo assim o Benzimento é livre a qualquer pessoa que queira aprender.
22 - Cruzamento com pemba
O Cruzamento com Pemba é um ritual utilizado na Umbanda para melhor proteção dos médiuns que já contam com uma incorporação definida, e que por esta razão tomam também parte ativa em descargas fluídicas negativas. Em todas as Nações que praticam a Umbanda, não é permitido a um médium de incorporação, iniciar o seu trabalho sem que antes para isso, não houvesse se cruzado.
O Cruzamento deve ser feito da seguinte forma:
Segurando a Pemba com a mão direita, fazer uma cruz na fronte, depois cruzar a palma da mão esquerda e descendo, cruzar também o peito do pé direito. Após isto, passar a pemba para a mão esquerda e com ela fazer uma cruz na nuca, depois cruzar a palma da mão direita e descendo cruzar o peito do pé esquerdo.
23 - Os assobios
Quem nunca viu caboclos assobiarem ou darem aqueles brados maravilhosos, que parecem despertar alguma coisa em nós?
Muitos pensam que são apenas uma repetição dos chamados que davam nas matas, para se comunicarem com os companheiros de tribo, quando ainda vivos. Mas não é só isso.
Os assobios traduzem sons básicos das forcas da natureza. Estes sons precipitam assim como o estalar dos dedos, um impulso no corpo Astral do médium para direcioná-lo corretamente, afim de liberá-lo de certas cargas que se agregam, tais como larvas astrais, etc.
Os assobios, assim como os brados, assemelham-se à mantras; cada entidade emite um som de acordo com seu trabalho, para ajustar condições especificas que facilitem a incorporação, ou para liberarem certos bloqueios nos consulentes ou nos médiuns.
24 - Pontos cantados
Os pontos cantados são cânticos sagrados de invocação, do exterior para o interior, e de evocação, do interior para o exterior, ou seja, na invocação chamamos certas forcas astrais para o nosso auxilio na nossa gira e na evocação elevamos os nossos pensamentos e nosso padrão vibratório para nos aproximarmos dos nossos guias e mentores espirituais.
Mas os pontos cantados são em si muito mais que isso também, pois eles contam segredos espirituais através de suas historias aparentemente simples e sem significado, falam também dos pontos de forcas na natureza e também revelam a energia, forma de trabalho, função e muito mais, de um guia ou de um Orixá.
Cada ponto emite um tipo de vibração de acordo com o Orixá e o ritmo em que é entoado.
Assim como tudo na Umbanda tem um motivo de ser e é passado através da simplicidade e humildade, os pontos cantados escondem muito mais mistérios que nos possamos sequer imaginar.
25 - Estalar dos dedos
As Entidades estalam os dedos para ativarem o MONTE DE VÊNUS, aquela parte gordinha da mão que está ligada à sensibilidade. Este gesto faz com que sejam ativadas as defesas do corpo astral através do chacra esplênico, que é o chacra responsável pela defesa do organismo e do aura.
Assim, quando estalam os dedos, as Entidades estão em verdade dando um impulso no corpo astral do Médium, facilitando o contato, e mesmo manipulando determinadas correntes em beneficio do aparelho ou do consulente.
Quando estão dando passes, as Entidades estalam os dedos para livrarem-se das energias negativas que retiram do campo áurico do consulente. Em geral, os "estalos" com os dedos atraem forças positivas.
26 - Chicotadas de dedos
Os gestos feitos como "chicotadas" com os três dedos da outra mão servem para descarga.
Da mesma forma, quando as entidades batem no peito, fazem a mesma coisa no plexo cardíaco, visando equilibrar emocionalmente o médium, preparando-o para uma gira.
Assim cada chacra desperta um processo diferente de forças no corpo astral, para que os médiuns possam aguentar uma gira com tantos problemas a serem resolvidos, visíveis e invisíveis.
27 - Axé
Força mágica do terreiro de candomblé, representa a "cobertura"espiritual ou a "egrégora" da casa. Na Umbanda o termo foi incorporado tendo o mesmo significado.
28 - Banda
Termo proveniente do quimbundo MBANDA (preceito, fundamento religioso). No Brasil, passou a designar um ritual praticado por uma facção , por um grupo dissidente. É interessante observar que a palavra sânscrita BANDH quer dizer: laço, vínculo e também religião.
29 - Beijada
Nome dado no Brasil, às entidades que se apresentam sob aforma de crianças. São, conforme a crença geral, nos cultos afro-brasileiros e na Umbanda, as falanges dos Orixás gêmeos africanos.
30 - Ibeji - Beijis
Corruptela de IBEJI, Orixás gêmeos africanos que correspondem, no sincretismo afro-brasileiro, aos santos católicos Cosme e Damião.
31 - Caboclos
Termo que se designa, em cultos afro-brasileiros e principalmente na Umbanda, entidades que se apresentam sob a formade indígenas brasileiros.
32 - Cacarucai
Termo muito usado nos terreiros para designar a pessoa (encarnada ou desencarnada) muito idosa. É usada a forma CACARUCAIA, quando se trata de feminino. Usan-se também as formas CACURUCAI e CACURUCAIA.
33 - Calunga Pequena
Cemitério; também chamado de Campo Santo.
34 - Calunga Grande
Praia; mar, considerado o grande cemitério da humanidade.
35 - Caô Cabecile
Saudação ao Orixá Xangô. Infelizmente muitos terreiros usam "caô cabecinha", o que é totalmente errado.
36 - Demanda
Palavra muito usada na Umbanda, para designar disputa, questão, briga, desentendimento.
37 - Dois Dois
Nome pela qual são designados os santos católicos Crispim e Crispiliano; também são assim designados os santos Cosme e Damião. Orixá africano IBEJI. Falange das crianças, na Umbanda.
38 - Falange
Em Umbanda, é uma sub divisão de LINHA, onde se agrupam entidades em número incalculável, subordinados a um guia chefe.
39 - Fundamento
Base, razão de ser. É comum ouvir-se : Umbanda tem fundamento".
40 - Guia I
Entidade espiritual de grande elevação, luminosidade e evolução que "baixa" nos médiuns, nos terreiros de Umbanda, para fazer a caridade.
41 - Guia II
Colar feito de conchas, contas, sementes, pedras ou metais,utilizados nos terreiros de Umbanda e dos cultos afros-brasileiros,pelos médiuns ou pelas entidades, como ponto de fixação de forças, proteção ou distintivo.
42 - Lavagem de cabeça (Amaci)
Cerimônia iniciática tradicional dos cultos afro-brasileiros, também muito usada nos terreiros de Umbanda. Faz parte da preparação ou "feitura de cabeça" do médium.
43 - Macumbeiro
Aquele que pratica a macumba, ou seja, que toca o instrumento ou aprecia seu toque. Com o passar dos anos, as sessões em si passaram a ser chamadas de chamadas de "macumba" (errado). Despachos passaram a ser chamados de macumba (pelos totalmenteleigos o que é errado). O termo vou à macumba até poderia ser usado,se fosse no sentido de apenas ir ouvir o toque dos instrumentos.
44 - Banda
Esse termo vem da palavra em Quimbundo (dialeto angolano) MBANDA, e signica preceito ou fundamento religioso.Devido a uma palavra sânscrita BANDHA, pode significar laço, vínculoou religião. Na Umbanda essa palavra é usada mais com esses últimos significados.
45 - Breve
Amuleto usado por dentro da roupa ou dentro de bolsas,carteiras, etc, para proteção.
46 - Cambono
Nome dado a pessoa que atende as entidades incorporadas. Pode ser chamado também de Cambondo ou Cambone.
47 - Camutuê / Ori
O mesmo que cabeça.
48 - Fechar a Gira
O mesmo que ENCERRAR OS TRABALHOS EM UM TERREIRO.ENCERRAR A SESSÃO.
49 - Feitiço
Feitiço é o mesmo que ENCANTAMENTO.
50 - Fundanga ou Tuia
É o mesmo que PÓLVORA.
51 - Firmar Ponto
É o ato de um Guia ou Entidade riscar seu ponto de identificação.
52 - Gonga
Altar de Umbanda.
53 - Jurema
Local que fica em Aruanda, como se fosse um bairro de lá,onde ficam os caboclos.
54- Amassi ou Amaci
Líquido preparado de folhas sagradas, maceradas em água, deixando repousar durante sete dias. É destinado a banhar a cabeça dos médiuns. As folhas são do orixá chefe do templo e as de Ossain.
55- Capangueiro
Termo usado no sentido de companheiro.
56 - Cavalo ou Aparelho
Pessoa que serve de suporte para os orixás ou entidades. É o médium.
57 - Cazuá
Terreiro, Templo, Local, Casa.
58 - Descarregar
Livrar alguém de vibrações maléficas ou negativas.
59 - Gira ou Engira
Sessão religiosa, com cânticos e danças para cultuaras entidades espirituais.
60 - Macaia
Folhas sagradas. Local das matas onde se reúnem os terreiros.
61 - Patuá
Amuleto que se leva pendurado ao pescoço ou pregado na roupa. Antigamente eram saquinhos de couro ou de pano, com boca amarrada com cordão metálico, junto a uma conta de vidro da cor da divindade protetora. Atualmente são de forma quadrada ou retangular, em couro natural ou sintético, mas cores rituais, contendo Figas de Guiné,Búzio, Estrela de Salomão, etc; ou pedaços de ervas as vezes orações.
PA = erradicar doenças, antídoto,
TU = propiciar,
WA = viver, existir (viver, sem doenças).
62 - Ponto Riscado
Desenho formado por um conjunto de sinais cabalísticos, que riscado com pemba ajuda a chamar a entidade ao mundo terreno. Quando riscado pelo médium incorporado identifica a entidade.
63 - Alguidar
Vasilha de barro onde se coloca comida votiva.
64 - Agô
Pedido de Licença.
65 - Egun
Nome genérico que se dá aos espiritos desencarnados. Isto é, espirito dos mortos.
66 - Atibaia
Termo usado por exus para se referir a água.
67 - Azudo ou Asudo
Termo usado por Exu para definir Anjo-da-Guarda.
68 - Grande Tupã
Termo usado por Caboclos para Oxalá.
69 - Zambi
Deus para os Pretos Velhos.
70 - Fios de Conta / Guias
São os colares feito de linha de nylon e missangras com as cores do orixá (pai e mãe) da pessoa que vai usar. Geralmente na inicialização usamos apenas um "fio de conta" branco,que é de Oxalá.
71 - Menga
Termo usado pelos Exus que significa "SANGUE".
72 - O Ponto Riscado
É o ponto de força da entidade. Quando a pemba risca um ponto, Ela esta determinando e mandando algo. Seja firmar energias, ordenar trabalhos, etc.
73 - Axogum
literalmente, o possuidor do axé de Ogum: designado ao corte de animais e outras coisas afins...
74 - Oriki
são versos, frases ou poemas que são formados para saudar(homenagear) o orisa referindo-se a sua origem, sua ancestralidade,´suas histórias (Itan). Os Oríkì são feitos para mostrar grandes feitos realizados pelo ORISA. Porém para entendermos bem o significado desses Oríkì, devemos ter bons conhecimentos no dialeto yorubá.
75 - Àdúrà
É a reza de súplicas, dos pedidos.
76 - Ofò
Rezas de encantamento.
77 - Orin
Cânticos, cantos ou mesmo as cantigas.
78 - Indaiá
Mulher
79 - Marafo ou Marafa / Oti
Cachaça
80 - Toco
Banco
81 - Sebo / Pavio / Luz
Vela
82 - Macaia
Ervas, Matas
83 - Pataco - dinheiro - Akué - dinheiro - Jimbo - dinheiro
84 - Trabucar - Trabalhar - Trabucadô - trabalhado85 - Perna de calça - homem
86 - Rabo de saia - mulher
87 - Canela preta - polícia
88 - Casa grande - cemitério - Casa santa - cemitério - Campo santo - cemitério
89 - Akikó - galo
90 - Roupa branca - médico
91 - Fío - filho
92 - fromoso - formoso, bonito, bem
93 - Pato - prato
94 - Oberó - alguidar
95 - Menga - sangue - ejé - sangue
96 - Careta - retrato, foto, butuca - olho
97 - Escrevedô - lápis, caneta
98 - Riscadô - pemba
99 - Coroa - cabeça
100 - Porrete - bengala
101 - Coeté / Cuia - cambuca feita de casca de coco - coité - cambuca feita de cabaça
102 - Curiá - bebida (café, vinho, cachaça...) - Moca (ô - som fechado) - café
103 - Moco/moca (ô - som fechado) - surdo/surda
104 - Moca (ó - som aberto) - cascudo
105 - Faladô - falar, telefone
106 - Corre-corre - carro
107 - Lua - Corresponde a um dia
108 - Lua Pequena - Corresponde ao período de uma semana
109 - Lua grande - Corresponde ao período de um mês
110 - Ciclo - Correspondea um Ano
111 - Encruza - encruzilhada
112 - Azeite doce - azeite de oliva
113 - Curumim - criança
114 - Pitadô - cigarro, cachimbo, charuto
115 - Omim - água
116 - Mijo de égua - Cerveja
117 - Pé de borracha - carro
118 - Água de cheiro - Alfazema (geralmente)
119 - Melado - mel
120 - Hora grande - Depois da meia noite
121 - Dumba - esposa, mulher
122 - Mãe-d'água - Yemanjá, Oxum
123 - Fazer pensadô - pensar
124 - Cacura - velho, velha
125 - Cunhã - moça
126 - Cangira - sessão - Trunqueira - Porteira
127 - Canjerê - sessão - Gira - sessão - Engira - sessão
128- Camarinha - feitura simplificada, diferente da do Candomblé.
129 - Padrinho/Madrinha - Uma das formas que alguns chamam o pai ou mãe-de-santo.
130 - Bango para designar dinheiro.
131 - Burro para designar médium.
132 - Caboclo pode chamar de Capangueiro se referindo ao exu ( da mesma coroa).
133 - Pau de cabaré - cigarro ou cigarrilha (usado pelas bombogiras).
134 - Maleme
É uma palavra própria do vocabulário religioso afro-brasileiro. É uma derivação da expressão valei-me. Serve como um pedido de socorro, súplica ou piedade.
135 - Urucai
Em religiões afro brasileiras se refere a um lugar sagrado é o mesmo que uma ócara indígena.
136 - Abaré - Médium já desenvolvido.
137 - Abaré-Guassu - Grande trabalho.
138 - Abaré-Mirim - Médium em início de Desenvolvimento.
139 - Amarrado - Estado do indivíduo atingido por vibrações maléficas, que prejudicam sua vida, seus negócios.
140 - Ajeum - Nome dado para as comidas votivas servidas dentro do terreiro.
141 - Burro - Termo usado pelos exus incorporados para designar o médium.
142 - Cabeça Maior - Pessoa de alta hierarquia no templo.
143 - Cabeça de Legião - Exus batizados e que controlam os mais atrasados.
144 - Carregado - Pessoa que está com má vibrações espirituais, o que é demonstrado por mal-estar, medo sem causa, etc.
145 - Caruruto - Charuto.
146 - Casa das Almas ou Cruzeiro das Almas - Pequeno cômodo com velas, cruzes. Alguns templos colocam a imagem de Obaluaiê.
147 - Casa Limpa - Templo livre de más influências e de demandas.
148 - Catimbozeiro - Termo para chefe de catimbó, no sentido de feiticeiro terrível.
149 - Cera dos Três Reinos - 1: Carnaúba; 2: Abelha; 3: Parafina. São empregadas para trabalhos de umbanda. 1: Reino Vegetal; 2: Reino Animal; 3 Reino Mineral.
150 - Chefe de Cabeça - Entidade guia protetora do médium. Chefe de Falange: entidade espiritual muito evoluída. Já livre de reencarnação. Que serve como guia a um conjunto de espíritos também adiantados e vibrantes em uma mesma corrente espiritual.
151 - Chefe de Legião - Entidade de grande evolução espiritual, que "descem" nos terreiros representando orixás, dentro de suas linhas ou correntes vibratórias.
152 - Choque de Retorno - Ação de voltarem as más vibrações de um feitiço. Atingindo quem o fez ou encomendou.
153 - Dar Firmeza ao Terreiro - Riscar ponto na porteira, sob o altar, defumar, cantar pontos, etc. São feitas antes de uma sessão, para afastar ou impedir a entrada de más influências espirituais.
154 - O que é Odara? - Odara é um exu bom, que é um exu guia, que mostra o caminho para as pessoas, que vai na frente. Na umbanda, Odara também é uma fase do exu, é uma fase boa, que significa quando o exu não está transitando caoticamente.
155 - Significado de Lebará - É uma entidade (espírito) feminina que trás a força sexual e amor há ambos sexos. Fazendo sempre a caridade. Adora rosas vermelhas e champanhe, também fuma cigarro e adora dançar.
O sinônimo é Pomba gira. O antônimo da palavra "Lebará" é "Exu".