FALANGE DE OGUM DO ORIENTE

Chefiada por Ori do Oriente



Os Orixás que regem cada linha de trabalho podem variar de acordo com a vertente da Umbanda. Tal situação é decorrente do fato de a Umbanda não possuir codificação, nem hierarquização. Nas diversas vertentes da religião, nos deparamos, também, com variações de rituais, do sincretismo com santos católicos e, até mesmo, da definição de qual seria o padrão de vibração energética que define cada linha.  

A falange de Ogum do Oriente é chefiada por Ori do Oriente e reúne povos originários do norte, leste e sudeste da Ásia, como chineses, japoneses, mongóis, esquimós, siberianos e vietnamitas. Ogum é um orixá guerreiro que, no sincretismo religioso, é conhecido como São Jorge, São Sebastião e, em algumas regiões, como Santo Antônio. 

Ele é considerado um protetor na guerra do dia-a-dia, defendendo o pão e guardando das violências e dos ataques.

Ogum é um dos Orixás mais cultuados na Umbanda. Nele se encerra o arquétipo do Guerreiro que corta as demandas e ordena a tudo e a todos, onde quer que esteja. O Sagrado Orixá Ogum é a Divindade da Ordem, do Caráter, da Potência e da Lei e faz par Iansã na linha da Lei e sua hierarquia se multiplica por todas as 7 linhas de Umbanda ou 7 Irradiações Divinas, que são da Fé (cristal / campo aberto), do Amor (mineral / rios), do Conhecimento (vegetal / matas), da Justiça (fogo / pedreiras), da Evolução (terra / cemitério) e da Geração (água / mar). 

"Primeiro precisamos entender que quando falamos dos Oguns que baixam nos Templos de Umbanda rodando suas espadas no ar, não são o próprio Orixá Ogum, pois o Orixá não baixa nos Médiuns, mas sim seus falangeiros que por sua vez trabalham na força de Ogum expandindo a sua força (Lei).

Abaixo os tipos de Ogum:

Ogum Matinata: Veste Vermelho apenas, é a linha mais pura de Ogum, sendo chamado por Ogum Guerreiro.

Ogum Beira-Mar: Veste Vermelho e Azul Claro, ligado as praias de Iemanjá, conhecido como o Sentinela de Maria.

Ogum de Lei (Ogum Delê): Ligado a Xangô usa Vermelho e dourado, cor de sua armadura trás uma balança nas mãos ligado a execução da justiça.

Ogum Yara: Ligado a Ibeji e Oxum, usa vermelho e Azul escuro trabalha nas nascentes dos rios.

Ogum Malê ou Malei: Ogum ligado a Oxalá, patrono das entidades do Oriente e de Cura, cuida de todos espíritos dos médicos astrais, usa Vermelho e Branco, não usa capacete.

Ogum Megê: Serventia de Obaluaê, regula os Exus, trabalha muitas vezes dentro da Calunguinha, veste Preto, Vermelho e Amarelo, usa bandeira e lança como arma, alguns usam espadas, sempre representado montado num cavalo branco.

Ogum Rompe-Mato: Ligado a Oxóssi, cuida das entradas das matas e florestas, usa Verde escuro e Vermelho, uma espada de São Jorge na mão, alguns usam fitas na cabeça.

Ogum Sete-Espadas: Ligado a energia pura de Ogum, vibra com Ogum Matinata, usa uma espada na mão e outras seis cruzadas na capa, Usa vermelho e prata.

Ogum Sete-Ondas: Vibra com Ogum Beira-Mar, trabalha nas ondas do mar,ligado a Iemanjá usa Azul Royal e Vermelho, se veste com capacete de conchas.

Ogum das Pedreiras: Guarda as pedreiras de Xangô de armadura dourada e penas marrons, vibra com Ogum de Lei quase não se desloca grande executor não aceita ordens.

Ogum Caiçara: Vibra com Ogum Yara, usa Vermelho e Azul bebê, se desloca pelo templo cuida do fundo da foz dos Rios.

Ogum do Oriente: Vibra com Ogum Malê, com ligações arábes traz um turbante, vibra com as cores vermelho, branco e dourado.

Ogum de Ronda: Trabalha com Ogum Megê trabalha nas entradas da Calunguinha, corre sua ronda à Meia-Noite. Usa Preto, Vermelho e Verde. Trás cruz de Malta no peito.

Ogum das Matas: Usa Verde e Branco são espíritos Indígenas, usam espadas e bradam muito.

Ogum Sete-Lanças: Ligado a Ogum Matinata e Sete-Espadas usa vermelho apenas, roda cruzando o terreiro.

Ogum Sete-Mares: Ligado a Ogum Beira-Mar e Ogum Sete-Ondas, cuida dos Mares usa azul bem escuro e vermelho.

Ogum de Ouro: Trabalha com Ogum de Lei e Ogum das Pedreiras, Usa Vermelho e Amarelo. Vibra com Iansã.

Ogum Menino: Vem com Ogum Yara e Ogum Caiçara trabalha nos lajeados e barrado de corais. Usa Vermelho e Azul.

Ogum da Lua: vibra com Ogum Malê e Ogum do Oriente, trabalha nas vibrações lunares, nos campos abertos do Humaitá. Usa Vermelho e branco.

Ogum Xoroquê: Trabalha com Ogum Megê e Ogum de Ronda vibra muito com Exu, ligado a Obaluae também, é o Ogum mais negativo. Usa Preto, Vermelho e Branco.

Ogum dos Rios: Trabalha com Ogum Rompe-Mato e Ogum das Matas usa verde Água e vermelho apesar do nome trabalha nas Pontes.  

Além desses ainda existem outros Oguns: Ogum Naruê (Trabalha na calunguinha), Ogum da Estrada (Trabalha na estrada), Ogum Rompe Folha (Trabalha na Mata) Ogum Bandeira (Trabalha no Humaitá), Ogum Gererê (Ligado a Xangô).

É neste contexto que o povo do Oriente na Umbanda reúne entidades espirituais que representam o acervo astral dos povos da Antiguidade, com elementos de um passado comum, berço de todas as magias e alicerce básico das religiões. Entre todos os povos do Oriente, há uma sólida e autêntica tradição esotérica, baseada na sabedoria oculta dos patriarcas, nos mistérios religiosos dos povos antigos, que só tem chegado até nós em pequenos fragmentos. Estão presentes nesta falange os representantes dos grandes mestres do ocultismo (esoterismo, cartomancia, quiromancia, astrologia, numerologia, etc.).

Esta falange de luz abriga espíritos que não se encaixavam nas matrizes indígena, africana e europeia, formadoras do povo brasileiro. Como já destacado anteriormente, tais entidades guardam conhecimentos milenares que desapareceram no plano material, mas que foram preservados no plano astral, cada qual com o que era sabido na religião de seu povo.

De modo geral, seus falangeiros realizam trabalhos relacionados à cura. Possuem, também, a missão de humanizar corações endurecidos e fecundar a fé, os valores espirituais, morais e éticos no mental humano.

Ramatis, mentor espiritual de nossa Casa, possui trabalhos de grande reconhecimento em casas espíritas, umbandistas e esotéricas, representa muito bem o típico falangeiro do Oriente. Em suas várias reencarnações aqui na Terra, manteve contato com grandes sábios de sua época. Atualmente, é um dos dirigentes da Fraternidade da Cruz e do Triângulo, que trabalha no direcionamento da Humanidade na busca pelo conhecimento consciencial, independentemente da religião, por meio de experiências físicas e sensoriais que acabam por desvendar a verdade crística do mundo.

A Falange do Oriente popularizou-se nas décadas de 50 e 60, quando as tradições orientais budistas e hinduístas se firmaram entre os brasileiros praticantes de modalidades ligadas ao orientalismo. Espíritos falando nomes desconhecidos por nossa gente, que tiveram reencarnações como indianos, tibetanos, chineses, egípcios, árabes, ciganos e outros, incorporavam nos terreiros do Brasil ao lado das linhas de trabalho tradicionais dos Pretos Velhos e Caboclos. Nos dias de hoje, encontrarmos muitas dessas entidades atuando até como dirigentes de casas de Umbanda tradicionais no plano astral.

Mesmo trabalhando sob irradiação do Grande Oriente Luminoso, que se encontra no plano astral, a Falange do Oriente recebe influências de todos os Orixás, que redirecionam seus campos de ação e atuação. Desta maneira, podemos ter falangeiros de Ogum do Oriente, Pretos Velhos do Oriente, Ciganos do Oriente... e por aí vai.

É importante esclarecer que as entidades espirituais que se apresentam como ciganos e ciganas na Umbanda estão, hoje, inseridas dentre os povos que se manifestam na Falange do Oriente. 

Há, contudo, aqueles que enquadram os ciganos e ciganas como um linha auxiliar da Umbanda. 

Neste particular, a divergência existe porque, inicialmente, tais espíritos se manifestavam apenas nas giras de Exu. Hoje, entretanto, a grande maioria dos doutrinadores umbandistas os colocam como uma linha própria de trabalho dentro da Falange do Oriente. 

Os ciganos e ciganas são, portanto, parte do povo do Oriente na Umbanda, tendo em Santa Sara Kali sua padroeira e orientadora das missões espirituais. 

Os trabalhos desempenhados por estas entidades espirituais envolvem, geralmente, a utilização dos elementos da natureza: terra, água, ar e fogo, fato que os coloca em total sintonia com os demais povos presentes na falange. A manifestação de ciganos e ciganas está intimamente ligada ao desapego material, à liberdade e, principalmente, à alegria de viver. Sua saudação é "Arriba! Optchá!".

Na doutrina umbandista clássica, a Falange do Oriente, chefiada por São João Batista, é constituída das seguintes legiões:

1) dos hindus, chefiada por Zartú; 

2) de médicos e cientistas, chefiada por José de Arimateia; 

3) de árabes e marroquinos, chefiada por Jimbaruê; 

4) de japoneses e chineses, chefiada por Ori do Oriente; 

5) dos egípcios, astecas, mongóis, esquimós, incas e outras raças antigas, chefiada por Inhoarairi; 

6) dos índios caraíbas (povos indígenas do Caribe), chefiada por Itaraiaci;  

7) dos gauleses, romanos e outras raças europeias, chefiada por Marcus I.

Os pontos riscados dos falangeiros do Oriente, via de regra, possuem imagens associadas ao Grande Oriente Luminoso. Por esse motivo, encontramos traços que representam imagens de sóis, luas e estrelas, principalmente.

Na Casa de Santo Filhos do Axé, as entidades espirituais da Falange do Oriente estão presentes nas sessões de caridade (giras), incorporadas em médiuns que trabalham no atendimento ao público e, principalmente, no nos trabalhos de tratamento espiritual, que funciona sob a irradiação do mestre Ramatís, realizando atividades relacionadas à cura.

Salve o Povo do Oriente! 


© 2018 Casa de Santo Filhos do Axé / Unida por uma Umbanda de fé 
Desenvolvido por Webnode
Crie seu site grátis!