MÉDIUNS DE CONSULTA
Ajuda - Amparo - Orientação
Introdução
Quando um consulente, durante um dia de trabalho, é atendido por uma entidade, aquele é um momento mágico; muitas vezes, esclarecedor, divisor de águas e decisório na vida da pessoa. E é assim que tem que ser: ISSO É UMBANDA - ajuda, amparo e orientação!
No atendimento, a pessoa enxerga aquela incorporação como a materialização da Umbanda.
Para ela, a entidade é o representante da religião e o que ele fala ou faz é reflexo do que é a Umbanda.
Essa visão pode se tornar deturpada na medida em que o consulente desconhece a possibilidade do médium desequilibrado intervir na incorporação e vai embora do atendimento com uma impressão errada da nossa religião.
Dentre os vários mitos em torno da incorporação das entidades, há um que se destaca pelo potencial de influenciar negativamente o consulente em relação ao seu conceito do que é a Umbanda:
Entidades bravas, estúpidas, secas, mal educadas, tratando mal todo mundo!
Meu entendimento é que toda entidade, para conquistar o grau de Guia, passou por muito estudo, muito trabalho, muita vivência, onde adquiriu muita sabedoria. Na minha visão, as entidades são espíritos de irmãos mais velhos e realmente muito mais evoluídos do que nós.
Como é que alguém que adquiriu maturidade e equilíbrio pode ser estúpido e mal educado?
Como assim?
Há aquelas entidades "incorporadas" que só sabem dar bronca, criticar, julgar e condenar. Daí, o consulente sai do atentimento muito pior do que chegou; mais triste, mais culpado, mais nervoso e, muitas vezes, com raiva da Casa, da entidade e da Umbanda. E sai falando mal por aí e nunca mais volta. E dou toda razão, pois eu faria o mesmo se estivesse buscando ajuda e recebesse pedradas!
Até os cambones evitam trabalhar com essas entidades, pois muitas vezes são mal tratados com palavras ríspidas, autoritárias e humilhantes.
Que fique muito claro uma coisa: ISSO NÃO É UMBANDA - isso é médium em animismo, colocando para fora toda sua revolta, raiva e stress que estava acumulado, contido e abafado dentro dele e explodiu na incorporação.
Uma coisa é ter uma entidade específica que é mais direta, mais séria, mais disciplinadora. Outra coisa é ter a maioria (ou todas) as entidades apresentando-se com raiva e revolta dos nossos erros e limitações encarnadas.
Caridade também é compreensão, compaixão, tolerância, paciência, incentivo e esperança, e o Guia sabe disso melhor que ninguém!
A entidade, que é calma, equilibrada, tem discernimento e nutre por nós um amor incondicional, olha para seu médium com o carinho e a tristeza do pai que vê seu filho doente da alma.
Mas ele continua vindo e incorporando assim mesmo, pois é refletindo o íntimo de seu filho que talvez ele o desperte para os desequilíbrios de sua vida que estão se materializando durante a incorporação. E, consciente de si mesmo, esse médium busque ajuda para mudar e melhorar.
Você, médium que incorpora e dá consultas, faça uma autoanálise, faça uma reflexão das entidades que atuam em sua matéria, principalmente o seu comportamento e meça onde termina o seu ego desequilibrado e onde começa a sabedoria e o amor da entidade durante as incorporações.
Considerações Iniciais
Através da mediunidade se estabelece a comunicação do mundo material com o espiritual.
Sabemos que a mediunidade é uma sensibilidade que se manifesta de diferentes formas e ela vai se aprimorando com a prática e se torna mais intensa, portanto deve ser bem dirigida, orientada e aceita com compromisso e seriedade. Deve estar voltada ao bem da Humanidade e estar a serviço da evolução e crescimento do espírito, pois foi assumida antes do encarne na matéria. O espírito já trás esta marca e de acordo com seu compromisso será voltada para a cura, atendimento, orientação, incorporação, etc. Quanto mais for exercitada mais será aprimorada.
A mediunidade vai ser entendida e desenvolvida de acordo com o grau de maturidade, evolução ou estudo para ser vivenciada pela pessoa de maneira a prestar o socorro e a caridade necessária ao cumprimento de sua missão.
Há um chamado da espiritualidade para que esta mediunidade atinja os objetivos pré-determinados em prol da evolução do espírito e de ações benéficas ao mundo material.
O Médium de Consulta disponibiliza seu corpo, para que através dele, Entidades de luz e de alta vibração, se manifestem dando palavras de orientação, alívio e consolo, cura dos males espirituais e outras ações e atividades que se desenvolvem dentro de nosso Chão.
Essas ações devem ser sempre consideradas como ações da espiritualidade e os médiuns devem manter uma postura integra, isenta de vaidades ou qualquer outro sentimento não condizente ao serviço de caridade e doação para o cumprimento de sua missão.
Deve existir uma troca mutua entre Médium e Entidade onde um fornece toda uma experiência de uma vida regrada e enriquecida pelo avanço intelectual e comportamental no plano terrestre e o outro, toda uma bagagem evolutiva regida pelo conhecimento e amparo recebido no plano Espiritual, onde ambos se beneficiam em seu aprendizado, conhecimento e principalmente evolução espiritual.
São deveres indispensáveis de todos os Médiuns de Consulta:
Assumir conscientemente sua mediunidade e saber lidar com ela
É preciso ter consciência de que a mediunidade não limita o ser nem o escraviza, apenas exige dele uma conduta de acordo com o que esperam as Entidades que atuam no plano material através dele para socorrer os encarnados.
O Médium de Consulta, deve entender que é um "Templo Vivo", no qual se manifestam as Entidades, e os Orixás ou mesmo na retirada e incorporação de espíritos sem luz quando dos trabalhos de descarrego e limpeza, cumprindo assim suas missões junto aos irmãos encarnados.
Não interferir nas Consultas
A mente do médium faz a captação da mensagem da Entidade e a decodifica telepaticamente com a ajuda da mesma. O que o Médium recebe e transmite segundo sua compreensão psíquica varia de acordo com o equilíbrio de sua personalidade ou influência externa que vivencia no momento. É preciso, portanto, que o Médium se permita um período maior de concentração e firmeza, fazendo com que a Entidade assuma por inteiro sua mente e o manifesto através de seu corpo, sem que haja uma interferência pessoal, isto ocorre com o bloqueio do raciocínio deixando fluir toda emanação da Entidade sempre proferida em suas primeiras palavras.
Buscar a energia da força vital positiva
A mediunidade é um instrumento para alcançar a sabedoria interior, expurgando de seu intimo, as vaidades, egoísmo, orgulho, ganância e todos os sentimentos inerentes a espíritos inferiores, por meio do afloramento dos estados evolutivos de sua capacidade sensitiva, de forma a distinguir com precisão influências positivas e negativas, aprimorando o processo de crescimento espiritual de integração com as energias vibrantes e iluminadas, recebidas do plano Espiritual.
A um Médium de Consulta, exige-se um reajustamento íntimo de tal ordem, que mentalmente é preciso se colocar numa vibração na qual tudo flua naturalmente, permitindo a incorporação das Entidades sem que suas mentes criem bloqueios que impeçam a completa manifestação da mesma, para isso ofereciamos em nossa Casa de Santo estudos e curso de formação mediúnica para esclarecer e abrir da melhor forma possível e com maior clareza o canal de ligação com seus Mentores.
Não permitir a interferência das dificuldades materiais
As dificuldades de ordem material, sentimental, familiar, profissional ou de saúde são em grande parte temporárias e superáveis, porém não deve em hipótese alguma influenciar o desejo, auto estima e entusiasmo do Médium, ou mesmo atribuir à religião a culpa ou a responsabilidade de não ter impedido tais dificuldades. O Médium deve manter-se firme e útil a seus semelhantes, pois é neste momento que o desenvolvimento mediúnico, respaldado pela fé, perseverança e confiança na Casa, suas Entidades e Orixás de Comando, sobrepõe-se a todos os inconvenientes ou obstáculos de ordem material, auxiliando-o na continuidade do cumprimento de sua Missão.
Rever-se internamente, sempre que necessário
O Médium deve ter consciência de seu estado de fragilidade emocional momentâneo, procurando amparo e ajuda espiritual dentro da Casa. Caso seja de ordem psicológica e exija algum auxilio externo especializado, isto deve ser de conhecimento do Dirigente Espiritual da Casa para que haja um apoio espiritual paralelo.
O Médium deve estar preparado para enfrentar tais fragilidades sem que isto cause interferência na Egrégora da Casa. Manter pensamentos positivos para bons efeitos tanto do corpo físico como do espírito. Há emoções que geram consequências drásticas e bloqueios no campo Espiritual que podem comprometer a mediunidade. Sentimentos como a raiva, medo, ressentimento, culpa e outros nesta ordem, reduzem a sintonia entre o Médium e Entidade, diminuindo a capacidade física e mental para uma plena incorporação.
Não sentir ciúme ou inveja dos irmãos
O dom da mediunidade deve ser agradecido e reconhecido como uma oportunidade que nosso Pai Oxalá esta nos dando para evoluirmos de acordo com nossas necessidades e merecimentos.
Todas as pessoas são munidas de mediunidade (sensibilidade) de diferentes formas, portanto os valores mediúnicos são equiparáveis e importantes dentro de suas características de ajuda a humanidade. A mediunidade se manifesta nas habilidades da ligação com a espiritualidade, cujo conhecimento é trazido de vidas passadas e pode se expressar na forma de atividades e dons como da pintura, musica, interpretação, escrita e tantos outros. Lembrar sempre que somos Espíritos eternos em trânsito evolutivo e que não nos cabe julgar quem possui maior ou menor bagagem, conhecimento ou merecimento.
Acolhimento e respeito aos novos Médiuns
Um novo Médium deve ser acolhido pelos irmãos já iniciados com muita atenção carinho e respeito, é mais um Filho de Santo da Casa que necessita de orientação e preparo, pois ainda não reúne a segurança e autoconfiança necessária para o desempenho de suas funções. Cabe aos Filhos mais antigos e experientes os cuidados para o correto desenvolvimento do novo Médium, não sendo admissível imposição de experiências pessoais, mas sim das normas estabelecidas pelo Templo, podendo ser assim ótimos exemplos de disciplina e religiosidade para seus novos irmãos de fé na pratica da Umbanda.
Disciplina
Entende-se por disciplina o respeito à organização dos trabalhos, às normas, preceitos e diretrizes da Casa, bem como as orientações do Sacerdote. O ato de indisciplina demonstra o não comprometimento com as regras estabelecidas, falta de consciência, respeito e maturidade.
Caso o Médium, após novamente ser alertado persistir no ato, será afastado de suas atividades ou mesmo excluído da Corrente.
Colaboração nas atividades e serviços da Casa
O Médium deve estar inteiramente integrado ao nosso Chão, considerando-o seu próprio lar, colaborando para que ele se mantenha, prospere e cresça. É sempre agradável trabalhar e frequentar um ambiente limpo, organizado e acolhedor. Deve ter consciência que pode contribuir nas atividades exigidas dentro dos trabalhos, bem como, fazendo uso de suas habilidades auxiliarem nos serviços de conservação, manutenção e todos os reparos que a casa necessitar.
Humildade, Paciência e Tolerância
O Médium quando dentro da Corrente deve estar sempre a serviço da espiritualidade acolhendo de forma respeitosa o manifesto de suas Entidades, não criando qualquer obstáculo a incorporação. Deve estar consciente dos compromissos assumidos, isentos da soberba, orgulho ou vaidade, pois sabe que o Médium não é um fim em si mesmo, mas apenas um meio. Ter humildade é reconhecer que não é melhor que nenhum dos Médiuns que compõe a Corrente, tratando a todos com respeito, carinho e dignidade. A paciência e a tolerância são virtudes importantes e requisitos fundamentais de agregação da Corrente de Trabalhos Espirituais.
Estudar sempre
O conhecimento, aprofundamento de estudos e esclarecimentos em geral são importantíssimos, porém requer cuidados na escolha de uma literatura voltada aos preceitos da religião dentro da conduta estabelecida pela Casa, de forma clara e responsável, não permitindo a influencia de outras filosofias, seitas ou praticas não reconhecidas pela Filosofia doutrinaria adotada pelo nosso Chão dentro da orientação da Umbanda.
A Umbanda praticada por esta Casa está baseada nos princípios da crença Africana e conceitos voltados a espiritualidade influenciadas pelo catolicismo e pelo espiritismo através das obras de Allan Kardec (Livro dos Espíritos, Livro dos Médiuns, Evangelho Segundo o Espiritismo, Gênese e O Céu e o Inferno). Para que isso se realize adequadamente é necessário que os praticantes e seguidores da Umbanda estudem em profundidade seus fundamentos religiosos que podem ser encontrados também nos cursos, ou na leitura do livro Mensageiros da Espiritualidade e nas matérias e mensagens divulgadas em nosso Site.
Considerações Finais
O pleno conhecimento destas Normas não exime os Médiuns de Consulta, do conhecimento das Normas Gerais do Regimento Interno da Casa. Atividades dos Cambones, e das Normas Gerais da Assistência, todas são de extrema importância e exigem que todos as conheçam profundamente, ou seja, são complementares.
Axé