UMBANDA
Preceitos e Origem
"A Umbanda é de todos, nem todos são da Umbanda"
Um dia, hão de chegar, altivos e de peito impune, pessoas a dizer-lhes: sou umbandista, tenho fé em Oxalá, tenho mediunidade... com altivez e força tal que chegarão a lhe impressionar. Mas quando olhar bem seu semblante, você o verá opaco, translúcido e sem o calor de um verdadeiro entusiasta e batalhador em prol da mediunidade umbandista.
A Umbanda é uma corrente para todos, mas nem todos se dedicam a ela como deveriam.
O verdadeiro umbandista sente, vive, respira, se alimenta espiritualmente nela.
Não com fanatismo, mas sim com dedicação aflorada no fundo d'alma.
Ser umbandista é difícil por ser muito fácil; é só ser simples, honesto e verdadeiro.
Não batam no peito e digam serem umbandistas de verdade, mas procurem demonstrar com trabalho, luta, dedicação e, principalmente, emoção de estar trabalhando nessa corrente.
Eu lhe garanto que a recompensa será só sua.
Se você ainda não sabe tanto assim sobre os principais fundamentos da umbanda, convido-o a ficar e ler esse artigo para que absorva o máximo possível de conteúdo.
Se você já sabe, mas deseja relembrar tudo, esse também é o lugar certo para você. As leis da umbanda não variam muito de vertente para vertente, são regras bastante sólidas que não deixam abertos espaços para diferentes interpretações além das originais.
A umbanda é uma religião fascinante justamente por conta de seus fundamentos.
Muitas pessoas pensam que a doutrina da umbanda é algo muito fora da nossa realidade, mas a verdade é que isso não é verdade.
Tudo isso parte basicamente dos direitos humanos e da lei do retorno, em que o que é feito ao outro é recebido de volta.
Umbanda quem és?
Quem sou? É difícil determinar.
Sou a fuga para alguns, a coragem para outros.
Sou o tambor que ecoa nos terreiros, trazendo o som das selvas e das senzalas.
Sou o cântico que chama ao convívio seres de outros planos.
Sou a senzala do Preto-velho, a ocara do Bugre, a cerimônia do Pajé, a encruzilhada do Exú, o jardim da Ibejada, o ioga do Hindu e o orun dos Orixás.
Sou o café amargo e o cachimbo do Preto-velho, o charuto do Caboclo e do Exu; o cigarro da Pomba-gira e o doce do Ibejê.
Sou a gargalhada da Rosa caveira, o requebro da Maria Padilha, a seriedade do Seu Capa Preta. Sou o sorriso e a meiguice de Maria Conga e de Pai José; a traquinagem de Mariazinha, Risotinho, Joãozinho e a sabedoria do Caboclo Tupinambá.
Sou o fluido que se desprende das mãos do médium levando a saúde e a paz.
Sou o isolamento dos orientais, onde o mantra se mistura ao perfume suave do incenso.
Sou o Templo dos sinceros e o teatro dos atores.
Sou livre. Não tenho Papas.
Sou determinada e forte.
Minhas forças?
Elas estão no homem que sofre e que clama por piedade, por amor, por caridade.
Minhas forças estão nas entidades espirituais que me utilizam para seu crescimento.
Estão nos elementos.
Na água, na terra, no fogo e no ar; na pemba, na cuia, na mandala do ponto riscado.
Estão finalmente na tua crença, na tua fé, que é o elemento mais importante na minha alquimia.
Minhas forças estão em ti, no teu interior, lá no fundo, na última partícula da tua mente, onde te ligas ao Criador.
Quem sou?
Sou a humildade, mas cresço quando combatida.
Sou a prece, a magia, o ensinamento milenar, sou cultura.
Sou o mistério, o segredo, sou o amor e a esperança.
Sou a cura.
Sou de ti.
Sou de Deus.
Sou Umbanda. Só isso. Sou Umbanda.
Minha igreja eu chamo de Terreiro.
Meu altar eu chamo de Congá.
Minha missa eu chamo de Gira.
Acredito em Deus a quem chamo de Olorum.
Acredito em Jesus a quem chamo de Oxalá.
Meu terço chamo de Guia.
Minha oração chamo de Ponto.
O meu céu é Aruanda.
Os meus santos são Orixás.
Apenas respeite o meu sagrado...
EXÚ ENTIDADE
Me ensinou que se deseja algo, têm que conquistar.
POMBO GIRA
Me ensinou que amor verdadeiro é conquistado, não amarrado.
PRETOS VELHOS
Me ensinaram que a humildade, caridade, paciência e amor! Evolui o espírito.
CABOCLOS
Me ensinaram que a felicidade é uma permissão que temos que nos dar.
BOIADEIRO
Me ensinou que os verdadeiros amigos são os que permanecem do seu lado sempre.
COSMINHOS
Me ensinaram que a fé é o único sentimento puro que existe.
OXUM
Me ensinou que o amor vale mais que o ouro.
OMOLU
Me ensinou que não existe sofrimento em recomeçar tudo outra vez.
OGUM
Me ensinou que nem sempre se vence uma batalha com guerra.
OXÓSSI
Me ensinou que só a coragem é o suficiente pra realizar meus sonhos.
XANGÔ
Me ensinou a acreditar em sua justiça divina, e não na minha.
IANSÃ
Me ensinou a vencer as tempestades da vida com a cabeça erguida.
IEMANJÁ
Me ensinou como é amar a todos os filhos, independente de suas características.
OXALÁ
Me ensinou que para ser bom não precisa ser santo, mas que eu não faça nada contra um outro irmão.
Conheça os fundamentos da umbanda
"Umbanda é de origem Bantu, da língua Kimbundu e significa: Magia da Cura"...
Muitas pessoas, só por não terem os devidos conhecimentos sobre os fundamentos reais da umbanda, acabam acreditando em falsos artigos que dizem coisas absurdas sobre os fundamentos, os quais não condizem com a realidade.
Dentro dessa perspectiva, vale muito mais a pena optar por sites mais sólidos e confiáveis que apresentam informações corretas sobre este assunto.
Bom, partindo sem mais delongas para os fundamentos da religião, devemos entender que tudo se constrói em cima da equidade. Na umbanda, somos todos iguais, todos merecemos respeito e ninguém deve receber julgamentos.
É um conceito muito bonito, porque, enquanto a maioria das religiões prega a exclusão, a umbanda prega a equidade; a parceria entre todos os povos humanos.
Depois disso, uma importante questão acerca dos fundamentos é a lei do retorno. A umbanda coloca a lei do retorno como uma das mais potentes e fortes leis, e não é para menos.
Na visão da umbanda, tudo o que fizeram de mal para nós será cobrado e tudo o que fizermos de mal para o outro também. Ou seja, se um dia você mentiu e enganou o seu irmão, um dia você sofrerá o mesmo.
Além do respeito e da lei do retorno, outro ponto forte da umbanda é a questão do respeito à natureza. Essa é uma atitude muito bonita, afinal a natureza é a nossa casa, a nossa fonte de alimentos e medicamentos, sem ela nada somos.
Outro ponto que poucas pessoas compreendem de início é a fé dentro da umbanda.
Nessa religião, a fé é o pilar de todas as coisas. Sem a fé, não se realizam orações, simpatias e tampouco rituais. Para que possamos ver montanhas se movendo, precisamos acreditar piamente nisso.
Os fundamentos da umbanda são todos colocados em cima de uma bela base de humanidade, de benfeitoria e de agradecimentos, isso é algo louvável da religião.
Jesus Cristo na Umbanda
Muitas pessoas sequer sabem disso, mas Jesus Cristo na umbanda, assim como no cristianismo, é visto como o ser maior, aquele que detém em si todo o poder, aquele perfeito que caminhou sobre a terra.
Não é porque o cristianismo não é falado pela umbanda que deixamos Jesus de lado, de maneira alguma. Dentro da Umbanda, Jesus é visto com tanto prestígio quanto no cristianismo justamente por conta do respeito, do amor e da admiração.
Os espíritos evoluem, nunca são cem por cento maus
Dentre os fundamentos da umbanda que mais geram controvérsias, temos o que diz que os espíritos não são cem por cento maus, mas que estão simplesmente aprendendo a mudar para as suas melhores versões.
Ou seja, não importa se você fez muito mal a alguém em vida, pois, se você se permitir evoluir e melhorar, você com certeza se tornará alguém bom, pois a umbanda defende que somos todos puros e bons ao nascer.
Partindo-se disso, na umbanda dá-se a esperança, a segunda chance aos que tanto erraram, para que sejam capazes de aprender com os seus próprios erros, evoluindo desde então para que o futuro seja mais suave.
Amai-vos uns aos outros
Assim como na religião cristã, o principal lema da umbanda é "Amai-vos uns aos outros".
Como a umbanda prega a maior igualdade e o menor preconceito, pode ser interessante ter como esse o lema da religião.
Na umbanda, de fato, amam-se os próximos como a nós mesmos. Isso é o que nos é ensinado desde cedo, para que nunca possamos esquecer.
É uma bela religião e até quem não sabe nada sobre isso acaba ficando encantado e apaixonado pela umbanda.
Veja abaixo suas origens:
Origem 1
Na África em terras bantas, muito antes de chegada do branco, já existia o culto aos ancestrais (chamados depois no Brasil "guias"). Também era conhecida a palavra "mbanda" (umbanda) significando "a arte de curar" ou "o culto pelo qual o sacerdote curava", sendo que mbanda quer dizer "O Além - onde moram os espíritos".
Os sacerdotes da umbanda eram conhecidos como "kimbandas" (ki-mbanda = comunicador com o Além).
Origem 2
A palavra Umbanda é um vocábulo sagrado da língua Abanheenga, que era falada pelos integrantes do tronco Tupy. Diferentemente do que alguns acreditam, este termo não foi trazido da África pelos escravos. Na verdade, encontram-se registros de sua utilização apenas depois de 1934, entre os cultos de origem afro-ameríndia. Antes disto, somente alguns radicais eram reconhecidos na Ásia e África, porém sem a conotação de um Sistema de Conhecimento baseado na apreensão sintética da Filosofia, da Ciência, da Arte e da Religião.
O termo Umbanda, considerado a "Palavra Perdida" de Agartha, foi revelado por Espíritos integrantes da Confraria dos Espíritos Ancestrais. Estes espíritos são Seres que há muito não encarnam por terem atingido um alto grau de evolução, mas dignam-se em baixar nos templos de Umbanda para trazer a Luz do Conhecimento, em nome de Oxalá - O Cristo Jesus. Utilizam-se da mediunidade de encarnados previamente comprometidos em servir de veículos para sua manifestação.
Os radicais que compõem a palavra UMBANDA são, respectivamene: AUM - BAN - DA. Sua tradução pode ser comprovada através do alfabeto Adâmico ou Vattânico revelado ao Ocidente pelo Marquês Alexandre Saint-Yves d'Alveydre, na sua obra "O ARQUEÔMETRO".
AUM significa "A DIVINDADE SUPREMA" BAN significa "CONJUNTO OU SISTEMA" DAN significa "REGRA OU LEI" a UNIÃO destes princípios radicais, ou AUMBANDAN, significa "O CONJUNTO DAS LEIS DIVINAS."
A Umbanda é uma religião livre de dogmas e leis predeterminadas em livros sagrados ou criados por homens. A mesma não reconhece nenhum livro como sagrado e tem na contemplação da natureza o Sagrado. Centenas de livros na biblioteca Umbandista são considerados livros de fé, pesquisa e estudo para melhor compreensão de seu sistema filosófico.
Mas se é que tenha que haver um dogma, que seja ética e bom senso.
A religião segue na crença da evolução do setenário sagrado que todos trazem em si.
Setenário este conhecido como sentidos da vida e são: Fé, Amor, Conhecimento, Equilíbrio, Ordem, Evolução e Geração.
Assim podemos vislumbrar como atua a ética neste sentidos da vida.
FÉ
Desenvolvimento da Fé é o sentido de crer, mantê-lo lúcido longe das ilusões da matéria promovendo assim a transcendência espiritual do seu Ser;
AMOR
Prática do Amor e do perdão constantemente, amar a todos sem distinção de credo, raça, cor, etc, somos todos partes de um único Criador e nos manter em comunhão com sua criação é estar próximo do mesmo;
CONHECIMENTO
É o sentido que promove a expansão consciencial do ser, o desenvolvimento racional e intelectual equacionado com o emocional desenvolve no ser sua evolução mental, buscar o conhecimento sobre o todo é obrigação do ser e não usar jamais o conhecimento para ludibriar ou envolver negativamente o próximo menos favorecido, o fato de alcançar conhecimentos elevados em qualquer campo da vida gera no conhecedor maior responsabilidade perante o próximo e a natureza;
EQUILÍBRIO
Equilíbrio é o senso de justiça que vamos aperfeiçoando conforme aprimoramos o nosso ser, buscar equilíbrio entre nossos instintos e emoções é fundamental para melhor assentarmos nosso ser no contexto divino a qual estamos inseridos e melhor contribuir para o desenvolvimento dos nossos semelhantes e natureza a qual habitamos. Atingir a noção exata entre um ato de seu interesse que pode ferir a harmonia do próximo é a meta para todos;
ORDEM
A inexistência do caos, o ser precisa constantemente ordenar seus pensamentos e emoções para que não crie um caos intimo e tampouco ao seu redor e com os seus;
EVOLUÇÃO
Evoluir é transmutar o seu ser limitado por pré-conceitos e conceitos errôneos, emoções desequilibradas em tudo o que pode ser de mais harmônico, curando a si próprio e libertando-se da amarras criado por si próprio, promovendo assim a integração consciente com a Criação Divina e auxiliando a evolução dos semelhantes e da própria natureza a qual faz parte.
GERAÇÃO
É a vida propriamente dita, assim como a criação e a criatividade que proporciona aos seres sua adaptação em qualquer meio. Já a multiplicação é fato presente em toda a criação de Deus, tudo o que Ele gera se multiplica, quer seja entre os humanos ou entre os micros seres vivos do Universo. Logo, o papel do ser racional que somos é conhecer e zelar pela vida planetária, buscando o equilíbrio da natureza a qual promove e mantém a vida.
Estes pontos é o que podemos ter como Ética Filosófica da Umbanda Sagrada, ou até mesmo como os Sete Mandamentos da Umbanda.
Os sete reinos sagrados:
1 - Primeiro Reino - Fogo - Força Ígnea - Tatá Pyatã - Orixá regente é Ogum
2 - Segundo Reino - Terra - Força Telúrica - Yby Pyatã - Orixá regente Xangô
3 - Terceiro Reino - Ar - Força Eólica - Ybytu Pyatã - Orixá regente Iansã
4 - Quarto Reino - Água - Força Hídrica - Y Pyatã - Orixá regente Iemanjá
5 - Quinto Reino - Matas - Forças Vegetal e Animal - Caá Pyatã - Orixá regente Oxossi
6 - Sexto Reino - Humanidade - Força Hominal - Abá Pyatã - Orixá regente Oxalá
7 - Sétimo Reino - Almas - Força Espiritual - Angá Pyatã - Orixá regente Omulu
A Umbanda é Magia
Magia do marafo. Magia da fumaça Magia do som. Magia do movimento o marafo atrai. A fumaça defuma o som harmoniza. E o movimento vibra Umbanda é magiaMagia da guia.
Magia do ponto riscado. Magia do ponteiro. A guia protege. A pemba ordena. O ponteiro firma. Umbanda é magia. Magia da Oxalá. Magia de Ogum. Magia de Oxossi. Magia de Xangô.
Oxalá é amor. Ogum é a força. Oxossi é a vida. Xangô é o equilíbrio, a justiça. Umbanda é magia Magia de Iemanjá. Magia de Oxum. Magia de Iansã. Iemanjá é a criação. Oxum é o equilíbrio. Iansã é a guerreira. Umbanda é magia Magia do terreiro. Magia da hierarquia. Magia da corrente. O terreiro é a casa.
A hierarquia é a ordem. A corrente a força. Umbanda é magia Magia do caboclo. Magia do preto-velho. Magia da criança. O caboclo é a força. O preto-velho é a humildade. A criança a inocência. Umbanda é magia Magia do exu. Exu é o equilíbrio de tudo. Saravá a magia da umbanda!
A Umbanda é Magia: Magia não é privilégio de ninguém
Magia é a arte de manipular a natureza criando campos de força. E é exatamente isso que fazem os Orixás nos terreiros de Umbanda. Juntam elementos para criar desde um simples patuá até uma enorme energia positiva para destruir outra da mesma intensidade criada por espíritos malignos. Magia é botar um imã dentro de um coité com água com uma guia para absorver as energias negativas desta guia.
É falar com as salamandras para esfriarem o fogo, permitindo tocá-lo sem se queimar. Ir no morro e ouvir o som do vento e falar com Iansã. Ou saber onde se esconde o duende.
Magia não tem receituário nem dicionário. Magia é magia. Quem aguenta mandinga manipula patuá. Já vi um médium de 55 quilos, incorporado, carregar nas costas um homem de 140 quilos. Já vi espírito acender charuto com pemba. Sentar em cacos de vidro. Acender uma vela, apertar contra a parede e ela ficar pregada, acesa e sem queimar a frágil madeira. Vi muita coisa ao longo das minhas atividades espirituais.
Apenas lamento o mau uso do termo magia. Todas as pessoas que trabalham na Umbanda são pequenos magos.
Uns conscientes e outros inconscientes, mas, direta ou indiretamente, praticam a magia.
Por burrice tem gente matando cabritos, comendo carne crua e alguns, pasmem, praticando a magia do sexo, esta a mais burra e inexistente magia. São pessoas desorientadas e pervertidas usando o nome da magia para saciar seus instintos grotescos. Um conselho: não queiram entender a magia. Deixem isso para as entidades.
Abaixo explico os termos usados pelo Caboclo Junco Verde na mensagem acima.
Magia do Marafo
A cachaça tem dupla função. Serve para amortecer o médium permitindo ao espírito melhor domínio de seu mental, além de ser manipulado no plano espiritual para fins que fogem completamente à nossa compreensão. Espírito não vem no terreiro para beber. O grande exu Tranca Ruas, inquirido sobre a necessidade do espírito beber respondeu:
Se quisesse beber não viria nos terreiros. Iria frequentar os bares onde vivem os alcoólatras e lá arranjaria um copo-vivo. (termo usado àqueles que são dominados por espíritos viciados em bebida).