UMBANDA E O CRISTIANISMO

Evocação dos Espirítos



Já vimos que a Umbanda, em sua prática da evocação dos espíritos e em seus trabalhos de magia (branca ou negra, tanto faz) desobedece a Deus, revoltando-se contra uma ordem clara e repetida do Criador, determinação que se encontra no Antigo e no Novo Testamento. 

Verificamos que a Umbanda, em sua doutrina panteísta, contesta e deve contestar toda uma longa série de verdades cristãs a respeito de Deus: nega o augusto mistério da Santíssima Trindade; nega a existência de um Deus pessoal e distinto do mundo; nega a doutrina cristã a respeito da origem e a criação do universo; nega a criação da alma humana; nega a Divindade de Nosso Senhor Jesus Cristo; nega, consequentemente, a Maternidade Divina de Maria Santíssima; etc. Apuramos também que a Umbanda, endossando o princípio kardecista da reencarnação, deve contestar e de fato contesta mais outra sequência de verdades claramente ensinadas por Cristo, nosso Mestre Divino: nega a nossa redenção por Cristo; nega consequentemente a graça e toda a doutrina cristã do sobrenatural; nega, por isso mesmo, a doutrina cristã acerca dos Sacramentos; nega a unicidade da vida terrestre; nega o juízo particular depois da morte; nega a ressurreição final de todos os homens; nega a existência do inferno; etc. 

Tudo isso, em outras palavras, é a negação total da Doutrina cristã e por isso do Cristianismo.

Em alguns meios umbandistas se professa até mesmo uma manifesta tendência de retorno ao paganismo. Assim declara, por exemplo, a obra oficial da Confederação Espírita Umbandista: 

"Cumprindo uma ordem de Xangô-Agaju fundou-se a Confederação Espírita Umbandista, com a finalidade de restabelecer a tradição antiga, em toda a sua foça e pureza primitiva" (Doutrina e Ritual de Umbanda, Rio 1951, p. 152). 

Heraldo Menezes, em sua obra Caboclos na Umbanda (Rio), depois de ponderar que "o Universo e um conjunto de deuses em permanente harmonia", levanta a seguinte acusação: "Qual rolo compressor, o cristianismo, avassaladoramente, destruiu o politeísmo grego e o romano, o persa e o egípcio, cognominando-os de cultos pagãos". Em seguida se dirige mais especialmente contra a Igreja e escreve: 

"A igreja romana, fundada por Pedro, no afã evangelizador, penetrando por ínvios continentes, substituindo os fetiches dos selvícolas por imagens católicas, criou o sincretismo religioso (sic!). 

Mas, a igreja romana, um tanto distante da filosofia de Cristo, também não possui as suas lendas? 

A canonização dos homens não fomenta a idolatria? Logo, em sã consciência, podemos afirmar que, se os símbolos nos conduzem a Suprema Ascensão, os povos primitivos, apesar de sua decantada ausência de civilização, adorando todas as forças vivas da Natureza, estavam certos" (p. 3-4). Mais adiante preconiza abertamente: 

"O homem terá que voltar ao primitivismo" (p. 35)…

Entretanto, esses mesmos umbandistas, que praticam a necromancia e a magia, apesar de proibidas por Deus sob a cominação dos mais tremendos castigos, revoltando-se assim centra Deus; esses mesmos umbandistas, que contestam e ridicularizam as verdades centrais da mensagem cristã, rebelando-se desta maneira contra Cristo; esses mesmos umbandistas, que apregoam a necessidade de retornara o paganismo dos povos primitivos, procurando difundir nos meios católicos do Brasil, como adiante se verá,não apenas a necromancia e a magia, mas também o politeísmo e até mesmo a demonolatria, insurgindo-se deste modo contra a Igreja; esses mesmos umbandistas, para melhor encobrir suas práticas, suas doutrinas e seus propósitos, apesar de estarem manifestamente fora do Cristianismo e contra ele, não perdem, todavia, ocasião para proclamar que são e querem ser cristãos. 

A já mencionada Doutrina e Ritual de Umbanda, que pretende reintroduzir o africanismo puro (p. 152), não titubeia em afirmar, também, a título de engodo, que a Umbanda "aceita a revelação de Jesus Cristo" (p. 68). Igualmente o Primeiro Congresso de Umbanda, depois de professar a reencarnação (4ª conclusão), o panteísmo (5ª conclusão), a auto redenção (6ª conclusão) e o liberalismo religioso (7ª conclusão) - princípios que levam a uma interminável série de conclusões tão contrárias a Doutrina Crista, que do Cristianismo nada sobrará - tem, todavia, a insolência de formular a 8ª conclusão nestes termos: 

"O reconhecimento de Jesus Cristo como Chefe Supremo do Espiritismo de Umbanda, a cujo serviço se encontram entidades altamente evoluídas, desempenhando funções de guias, instrutores e trabalhadores invisíveis, sob a forma de caboclos e pretos velhos". Eis mais algumas declarações semelhantes para a nossa documentação;

"A Umbanda, tal como se apresenta hoje no Brasil, é uma religião cristã" (Samuel Ponze, Lições de Umbanda, Rio 1954, p. 12).

"A Umbanda no Brasil e do Brasil é francamente cristã" (Emanuel Zespo, Codificação da Lei de Umbanda, Parte Prática, Rio 1953, p. 80). O mesmo autor, em O que é a Umbanda, Rio 1941, p. 51, não enrubesce ao escrever que a Umbanda "aceita a doutrina do Evangelho".

"Nós nos encarregaremos de mostrar aonde esta a verdade de Jesus Cristo, a verdadeira fé cristã, que conduzirá os povos à suprema gloria de servir a Deus" (A. Fontenelle, A Umbanda através dos séculos, Rio 1953, p. 74); "estou certo que a Umbanda verdadeira, a Umbanda que Jesus Cristo pregou sobre a face da terra, surgirá límpida e pura, em toda a sua finalidade redentora" (ib p. 83).

São palavras apenas; palavras impugnadas eloquentemente pela prática da necromancia e da magia em todas as tendas e terreiros de Umbanda e contraditadas pela doutrina da reencarnação, do panteísmo e do mais crasso paganismo em todos os livros de Umbanda e Quimbanda.

POSIÇÃO CATÓLICA PERANTE A UMBANDA

Já, a esta altura, é fácil compreender e precisar a posição católica perante a Umbanda. Para sermos claros, procuraremos sintetizar esta posição nos seguintes pontos:

1) A primeira e máxima obrigação do homem é amar a Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma, de toda a sua mente e com todas as suas formas (Mt 23, 37-38). Entretanto, disse Cristo, "se me amais, guardai os meus mandamentos" (jó 14, 14); "quem guarda os meus mandamentos e os observa, esse é que me ama" (Jó 14, 21); "vós sois meus amigos, se fizerdes o que vos mando" (Jó 15, 14); "a caridade consiste em vivermos segundo os mandamentos de Deus" (cf. 2 Jó6). Ora, Deus mandou que não evocássemos os espíritos, ordenou que não praticássemos a magia. Já vimos os textos, que são insofismavelmente claros. Mas é manifesto que todo o movimento umbandista se apoia na evocação dos espíritos e na prática da magia, sendo, portanto um movimento de declarada desobediência e revolta contra Deus. É impossível ao homem, neste estado, cumprir sua máxima obrigação: amar a Deus sobre todas as coisas. É por isso que o católico de maneira nenhuma pode aderir à Umbanda.

2) Sendo o exercício da evocação dos mortos e da magia pecado grave de desobediência, e também vedado fomentar as práticas de Umbanda ou assistir a elas. Donde se infere que é pecado mortal assistir às sessões espíritas e às práticas da magia nas tendas ou nos terreiros de Umbanda.

3) Já foi demonstrada a oposição frontal entre a Doutrina Cristã e a Doutrina Umbandista. Nega a Umbanda o que o Cristianismo afirma. São dois polos opostos. Segue daí que é impossível ser ao mesmo tempo umbandista e católico. Todo aquele, portanto, que aderir às praticas e às doutrinas de Umbanda, sai da Igreja, exclui-se a si mesmo da comunidade dos fiéis de Cristo, deixa de ser católico e renuncia ao direito de receber seus meios de santificação. 

Em outras palavras: o umbandista já fez tudo para desligar-se da Igreja e as autoridades eclesiásticas são apenas consequentes com aquilo que ele mesmo voluntariamente escolheu, quando o considera de fato desligado, isto é: excomungado. Com isso o umbandista perdeu o direito de assistir à santa Missa (mas não é necessário expulsá-lo, quando entrar na igreja: apenas não pode reclamar para si o direito de assistir); perdeu o direito de receber os santos Sacramentos: na Confissão não pode receber a Absolvição, na mesa da Comunhão não pode receber a Eucaristia, etc.; perdeu o direito de tomar parte nas indulgências, nos sufrágios e nas orações públicas da Igreja.

4) Verificamos e provamos que a Umbanda se identifica substancialmente com o Espiritismo: é a razão pela qual vale para os umbandistas o que os Bispos do Brasil declararam recentemente a respeito dos espíritas: são e devem ser tratados como hereges. Por isso devem-se aplicar também aos umbandistas as seguintes determinações:

— não podem ser admitidos à recepção dos Sacramentos, ainda que os peçam de boa fé, sem que abjurem a Umbanda e renovem a profissão de fé católica;

— não podem mandar batizar na Igreja seus filhos menores, a não ser que estejam em iminente perigo de morte ou ofereçam garantias suficientes de que receberão uma educação católica;

— não podem ser convidados ou admitidos como padrinhos ou madrinhas de Batismo ou de Crisma.

— quando falecerem, sem dar sinal de arrependimento, ficam privados da encomendação e da celebração de Missa pública por sua alma.

5) Visto que a Umbanda não é apenas desobediente em suas práticas e herético em suas doutrinas, mas quer também constituir uma religião particular, com hierarquia, ritos e cultos próprios, seus adeptos devem ser considerados como membros duma seita religiosa acatólica e existe, por conseguinte, impedimento matrimonial entre umbandistas e católicos.

6) Já que os livros umbandistas propunham a heresia e ensinam ou recomendam a superstição, o sortilégio, a adivinhação, a evocação e a magia, sua leitura é interdita aos católicos sob pena de pecado mortal e sob a censura de excomunhão.

Axé


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